A maior parte do Cerrado brasileiro se encontra em Goiás. Graças à interação centenária da população com a natureza, muitos ingredientes foram descobertos e incorporados à alimentação goiana. A cozinha do Cerrado nasceu da integração dos índios goyases que viviam na região, dos bandeirantes paulistas que por ali passaram na rota do ouro, dos vizinhos mineiros e nordestinos que foram atraídos pela promessa de vida nova após a inauguração da capital federal, e dos descobridores portugueses. Ou seja, a cozinha do Cerrado é marcada pela diversidade, pela miscigenação e pela peculiaridade.
São centenas de pratos típicos da região: empadão, pamonha goiana (salgada, com queijo ou linguiça), leitão à pururuca, churrasco e os pratos à base do pequi são os mais conhecidos. Os doces, influência portuguesa que sofreu adaptações com as frutas locais, têm nomes como Alfenim e Pastelim (versão com doce de leite do pastel de Belém).
Uma dessas doceiras foi a poetisa Cora Coralina (foto), que chamava-se Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas. Nasceu em 1889, às margens do rio Vermelho, na Vila Boa de Goiás – hoje, Goiás. Poetisa de coração, Cora exerceu a profissão de doceira por muito tempo: seu primeiro livro só veio a ser publicado quando ela tinha 76 anos.
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