Para pensar em nosso ano eleitoral

Esse ano, 2024, acontecem em todo o país as eleições municipais. Esse pleito é muito importante para definir os rumos da democracia no Brasil, uma vez que, grandes quadros da política nacional são egressos das eleições municipais. No caso das capitais essas eleições são utilizadas como modo de aferir o pleito estadual, pois muitos quadros são lançados aos governos estaduais posteriormente.

No caso de Resende, por ser uma cidade de interior, a dimensão não é tão extensa como a cidade do Rio de janeiro ou São Paulo, por exemplo, porém as eleições tendem a sinalizar a dinâmica política que ocorre na cidade.

As últimas eleições em Resende mostram que há falta de sinergia entre população e os poderes legislativo e executivo. Algumas medidas são tomadas diante da velha política de obras e flerte com o populismo. Para quem acha o mais importante é ter figuras do legislativo e executivo em festas de bairro e eventos sociais essa forma de agir pode até ter alguma validade, mas para quem pensa em proposição, governo efetivo e mudanças relevantes as medidas estão muito aquém.

Resende é uma cidade com grande potencial turístico, vocação para o comércio e prestação de serviços. Além disso, nos bairros periféricos possui talentos que podem ser aproveitados de diversas maneiras – não apenas como fornecimento braçal de mão-de-obra. Essa vocação, contudo, não é aproveitada. Vemos dia após dia a criminalidade crescer; a não contemplação das populações em situação vulnerável e uma política não propositiva.

A mudança começa pela conscientização sobre a realidade. Não adianta votar em candidatos ao executivos dissociados do legislativo. Os votos precisam estar em sincronia, uma vez que, se deve pensar numa administração voltada para projetos que contemplem o bem comum.

Outra coisa que se deve ter em mente é que os candidatos ao legislativo necessitam também estar em consonância com a população. Nesse sentido, é um imperativo político ouvir as demandas do povo e fazer com as mesmas sejam contempladas. Em tese o povo é soberano e suas demandas necessitam ser contempladas. Na prática o que ocorre muitas vezes é que se ganha as eleições e não se leva em consideração a vontade popular.

Em ambos os casos é necessário prudência e habilidade para não se cair em armadilhas políticas como, por exemplo, ficar refém dos interesses econômicos de alguns grupos.

Precisamos pensar sobre isso com seriedade.

Luis Carvalho
filósofo

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.