Quando chegamos neste período do ano parece comum vivenciarmos uma eufórica esperança de que estamos prestes a adentrar numa nova e alvissareira fase da vida. O que passou, passou e ficará sepultado no ano que termina e o novo ano trará uma vida muito melhor. É o que desejamos aos nossos amigos, nossos próximos. Aproveito para deixar aqui meus sinceros votos de um ano, realmente positivo a todos aqueles de bom coração e que respeitam a existência dos seus semelhantes.
Lamento a despedida precoce de tantas pessoas próximas nesse ano, consequência desse vírus maldito. Lamento também e choro, a morte dos mais de 192 mil brasileiros pelo vírus e por culpa também de um verme de duas pernas e sem cabeça. Estimo a recomposição emocional dos seus familiares, dos entes queridos, dos seus amigos, dos seus colegas de trabalho. De todos aqueles que sentem a dor da separação violenta e prematura, como está acontecendo. Que sejam felizes os homens e as mulheres de boa vontade. A seguir algumas previsões para o próximo ano, a partir da observação de analistas e especialistas da cena nacional.
VACINA
Enquanto escrevo esta nota, tenho notícia de que mais de quarenta países já estão vacinando suas populações, inclusive na America Latina. Ótimo para eles. Nós nem sabemos quando começa a vacinação por aqui. Sequer temos seringas. Não creio que seja apenas inaptidão para governar uma nação, marca indelével dos atuais mandatários. Não é possível haver tanta incompetência concentrada. Mais me parece uma estratégia de poder. Quanto mais demorar o início da cura da população, mais serão retardadas as grandes manifestações populares de rua, que certamente contribuiriam para desgastar o atual desgoverno e influenciar sua possível queda.
É essa baixa política que está condenando a morte milhares de brasileiros e destruindo famílias, baixando o Brasil de 6ª economia para 12ª economia mundial, que negligencia a Amazônia, em chamas, os povos indígenas, perseguidos, o Pantanal, em chamas, o petróleo nas praias. É essa baixa política que está jogando por terra todos os avanços construídos por décadas, no campo social, na economia, em pesquisa e tecnologia, condenando o país a um atraso de colônia, ceifando a indústria nacional (Petrobrás e indústria naval à frente) além da engenharia brasileira.
É essa baixa política que está entregando de mão beijada as estatais como Eletrobrás, Banco do Brasil, Caixa, Cedae, etc, completando a sanha privatista iniciada com Collor, fortalecida por FHC e interrompida pelos governos petistas o que contrariou os ditames do Consenso de Washington e a fúria neoliberal. Essa baixa política completa o trabalho de ruir de vez nossa soberania debilitando a educação e condenando as futuras gerações a uma vida sem futuro e levando milhões de pais de família ao desemprego e sem diretos trabalhistas, ampliando a reserva de mão de obra, cada vez mais barata, cada vez mais semiescravizada.
Mas não desanimem amigos, todo esse surto de atraso, sob todos os aspectos, está com seus dias contados. E isso começa em 2021. E vai começar pela vacina. Demorando ou não. Ou então estaríamos perdidos. E parodiando o ‘Fado Tropical’, do Chico: “ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Paraguai”. Com perdão aos irmãos paraguaios cuja experiência de autonomia e progresso foi abortada no passado pelos imperialistas de então, com apoio de um Brasil em momentos da História dos quais nos envergonhamos.
E para o gado bolsonarista, que só crê na eficiência da vacina contra a febre aftosa, minha sincera indiferença, embora respeite a escolha de cada um. Eu não escondo a minha escolha: estou doido para virar jacaré.
ECONOMIA
Vai ser um ano difícil para a economia, com sofrimento maior, claro, para os de baixa renda, os pobres, para os pequenos e médios negócios e para a classe média deslumbrada que acha que faz parte da elite econômica. O pessoal que dizia: “é só tirar a Dilma que tudo vai melhorar” (muitos, hoje, arrependidos e por isso, perdoados), deve estar intrigado com o ‘pibinho’ de hoje e com o que é previsto para o próximo ano. Certamente estão decepcionados com o êxodo dos investimentos internacionais, com a desvalorização da nossa moeda, com a decadência econômica de vários segmentos da área comercial e de serviços.
Tudo bem que banqueiros, mega corporações e alguns financeiristas estão se lixando para essa realidade. Estão com a bufunfa estufada de ganhar dinheiro com a crise. Mas eles são menos de 0,1% da população. Minhas previsões são para outros brasileiros. Nossa economia está sendo tocada por um idiota, um ex-chicago’s boy ultraliberal que a elite econômica mantém sob a proteção do espantalho acéfalo sentado na cadeira ‘Número Um’ do Palácio do Planalto. Um zero a esquerda que não fede e não cheira e só serve para ocupar o tempo dos progressistas, mas que cumpre como tarefa, o trabalho sujo de acabar com a soberania do país e deixar os donos do poder à vontade para a neocolonização e a consequente locupletação. Essa gente não tem compromisso com o país. Só com suas fortunas. Em muitos casos, protegidas em outras praças do exterior.
IMPEACHMENT
Tudo leva a crer que, as dezenas de pedidos de impeachment sobre os quais, Rodrigo Maia sentou-se para ficar mais alto em sua cadeira de presidente da Câmara Federal, continuarão crescendo em número e achatando a bunda do futuro presidente, seja o Delira seja o Baleia Rosa. A elite econômica só irá derrubar o espantalho quando ele completar o serviço sujo. Ou quando o idiota cordato não for mais um eficiente biombo para proteger Paulo Guedes de cometer suas atrocidades antinacionalistas. Enquanto isso, ele estará garantido em Brasília. Ele e sua famiglia.
Mais o certo é que continue o cozimento do espantalho à moda Trump para que em 2022 o verdadeiro poder coloque no Planalto um Biden à brasileira, para a felicidade geral da Centro-Direita, da Direita e de neoliberais. O espantalho não será reeleito. Mas aí já é previsão para 2022. Muito cedo ainda.
DIARREIA
O desgoverno federal sofrerá mais uma crise intestinal violenta pois um dos pilares da sua base filosófica será abalado por uma crise ministerial. É que o ministro das ciências e tecnologia, o astronauta Marcos Campos em entrevista num vistoso programa de TV, e indagado sobre a forma da Terra, que ele viu quando esteve no espaço, responderá que o planeta não é plano como acreditam os bolsonaristas fundamentalistas e alguns adestradores de feras. Claro que o ministro deverá ser defenestrado. Afinal, pra que ter um ministério de ciências e tecnologia num governo negacionista, não é mesmo? E viva a Damares.
JOGO RÁPIDO
Previsões rápidas: não haverá Carnaval em fevereiro mas, Uranos conjugado com Júpiter não descarta a ocorrência de um possível forrobodó no período; a seleção se classificará para a próxima Copa do Mundo; se a Globo não for vendida, continuará passando o pano nas cagadas do Neymar e haverá especial de Roberto Carlos no final do ano; o palhaço do planalto, quer dizer o espantalho acéfalo, continuará defecando pela boca; nenhum político do PSDB será preso; o Flamengo não cairá para segunda divisão e o Botafogo será campeão. Feliz Ano Novo a todos!
