Os católicos sentiram na pele

Os católicos sentiram na pele o quanto a intolerância religiosa pode ser agressiva.

A ação da pastora Zélia Ribeiro que pertence a igreja Aliança com Deus foi transmitida ao vivo pelo programa A Marreta da Rádio Municipalista de Botucatu e aconteceu em uma espécie de culto. Enquanto a pastora marretava a imagem de N.S. Aparecida, alguém gritava que ela estava destruindo a obra do inimigo em nome do senhor Jesus e uma outra mulher se movimentava com as mãos para o alto em círculos. Ritual bizarro e que beira o fundamentalismo religioso.

Não foi a primeira vez que um religioso ofende publicamente a fé de tantas pessoas oferecendo sua intolerância através da mídia. Os mais antigos devem se recordar de um caso semelhante que ganhou notoriedade em 12 de outubro de 1995. O ex bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Sérgio Von Helder chutou uma imagem de Nossa Senhora em pleno culto que era transmitido pela TV Record. Foi um Deus-nos-acuda! O caso gerou muita e tanta polêmica que que Von Helde foi execrado e precisou deixar o país para um exílio nos EUA. Chegou a morar no México, Porto Rico, Colômbia e Venezuela. Rompeu com a igreja de Edir Macedo e retornou definitivamente ao Brasil em 2014. Foi ser responsável pela Igreja da Restauração criada por outro dissidente da Universal, o bispo Angelo Barbosa. Segundo veiculado pela mídia, o chutador de santa foi condenado a dois anos e dois meses de prisão por discriminação religiosa e vilipêndio de imagem religiosa.

Ninguém tem o direito de profanar a fé alheia. E justamente eu que não tenho religião ou credo defendo que os rituais, as liturgias, enfim, todo sagrado concebido pelo mito religioso não pode ser maculado. É grave, é insultante, é infame e desonroso.

Todas as religiões, credos, seitas, tudo o que provém da fé humana precisa ser respeitado como uma cultura de sustentação, de apoio. Existe, para a maioria dos seres viventes, um sincretismo entre a existência e a espiritualidade. Não se pode desvincular. O homem necessita desse norte para viver.

E aproveitando o texto cujo mote é a intolerância religiosa, não pode chutar a Santa. E nem a “macumba”, nome vulgar e incorreto que as pessoas conferem às oferendas e trabalhos em encontrados em encruzilhadas.

Pela paz. Sempre.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

Você pode gostar

One thought on “Os católicos sentiram na pele

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.