A Copa também chegou ao asilo

Todo dia de jogo da Seleção Brasileira é a mesma história. Torcedores enforcam as aulas nas escolas ou o expediente no trabalho para sair mais cedo e assistir às partidas. Em alguns casos, grupos de amigos se reúnem para comemorar as vitórias de Neymar & Cia. na casa de um deles, nos bares, clubes ou mesmo nas ruas, com direito a multidões que ficam atentas a cada lance no telão.

Todo esse clima de alegria e vibração contrasta com o dia-a-dia de 36 idosos do Asilo Nicolino Gulhot, em Resende, divididos entre as alas filantrópica e particular, cuja rotina permanece inalterada durante os 365 dias do ano, seja nas festas de fim de ano, carnaval ou no dia de jogos do Brasil na Copa do Mundo.

— A rotina deles permanece inalterada, a maioria é muito sistemática e só conseguem fazer as coisas no horário certo. Mesmo que os jogos do Brasil aconteçam no horário do jantar deles (por volta das 17 horas), eles vão fazer as refeições como em qualquer outro dia comum no mesmo horário, por exemplo – conta a diretora do asilo, Tânia Maria dos Santos Colombi.

Antes da realização da partida, o jornal aproveitou para entrevistar quatro internos que fizeram a opção de assistir ao jogo pela TV ou ouvir pelo inseparável radinho de pilha, sozinhos ou acompanhados. Um deles, Amil Teixeira dos Santos (foto), de 63 anos, é um dos internos que chegaram recentemente ao asilo, em agosto do ano passado, depois de sofrer três AVCs e uma queda que o deixou em uma cadeira de rodas. Mesmo assim, ele ainda se lembra das comemorações do mundial passado.

— Há uns quatro anos, eu era casado e vivia em Andrelândia (Minas Gerais), mesmo nascendo em Resende. Acompanhei a copa passada, e no último jogo do Brasil até cometi excessos na comemoração, pois danifiquei um poste de luz. Estava muito bêbado aquele dia – revela Amil, relembrando o dia da derrota do Brasil para a Holanda na copa realizada na África do Sul em 2010.

Conheça as lembranças de outros idosos nas páginas do jornal BEIRA-RIO.

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