Em uma sociedade cada vez mais individualista em que o importante é ter e não ser as diferenças entre os viventes sempre vão ser gritantes:
Rico sucumbe a um ataque de náuseas, pobre vomita.
Rico é excêntrico, pobre é maluco.
Rico sabe aproveitar a vida, pobre é vagabundo.
Rico sabe administrar seu tempo, pobre é preguiçoso.
Rico usa moda de vanguarda, pobre é cafona.
Rico é econômico, pobre é mão de vaca.
Rico é inteligente, pobre é esforçado.
Rico é introspectivo. Pobre é antipático.
Rico é expansivo, pobre é espaçoso.
Rico é prolixo, pobre é falastrão.
Rico é autêntico, pobre é teimoso.
Rico é bom gourmet, pobre é esfomeado.
Rico sabe se impor, pobre é arrogante.
Rico é bem informado, pobre é fofoqueiro.
Rico é consumista, pobre é perdulário.
Rico se apropria de bens alheios, pobre é ladrão.
Rico elogia, pobre puxa o saco.
Rico tem enxaqueca, pobre tem dor de cabeça.
E dando importância ao que não importa nos esquecemos que o que de fato nos separa é a conotação, o significado das palavras. Palavras essas que nós mesmos inventamos e significamos e reinventamos.
Ao final, é certo, não temos. Somos: humanos.
Ângela Alhanati
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Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão