Inundação em Resende mata animais de criação e desabriga moradores

ATUALIZAÇÃO às 12h25

A Associação de Moradores do Jardim do Sol iniciou um trabalho de mobilização para tentar abrigar as famílias da comunidade São Januário que tiveram suas casas invadidas pela água nesta madrugada. Quem puder levar marmitex para alimentar os moradores e crianças, água potável, colchão e fraldas será de grande ajuda”, pede a presidente da associação Clemilda Soares Coelho. A ONG Avas do bairro Paraíso estará aberta hoje de 14 às 17h e amanhã de manhã, das 8 às 11h30 para quem quiser levar roupas, colchões, alimentos e outros donativos que serão entregues aos moradores que perderam quase tudo na enchente da pequena comunidade. Contatos para doações:  3354-4567, ‭99841-1885, 999378687, 981704550 e 999922529.

Uma cabeça d’água fez transbordar o rio Pirapitinga e trouxe medo e prejuízos na madrugada de segunda-feira, dia 5, na comunidade de São Januário, localizada atrás do bairro Jardim do Sol, também conhecida como Rocinha, em Resende. Animais mortos, móveis, alimentos e roupas perdidos e uma noite em claro. A água só começou a baixar por volta das 4h da manhã, mas ainda muito lentamento porque o Rio Paraíba está cheio. Até às 8h da manhã nem Defesa Civil nem Assistência Social da prefeitura ainda tinham chegado no local. Os moradores da parte onde a vazão já permitia entrar começaram a limpeza e pediram um caminhão pipa com água potável.

A inundação que começou por volta das 23h30 aconteceu muito rapidamente: “Eu estava aqui em casa quando os moradores mais lá de baixo começaram a pedir ajuda, quando eu cheguei lá fora a água já estava entrando e rapidamente. Perdemos o computador e o armário da cozinha com alimentos”, informou a dona de casa Valéria de Freitas que abrigou vários moradores. As crianças foram para o segundo andar da casa dormir e os adultos ficaram a noite toda acordados. Uma vizinha fez café, porque na minha cozinha não tinha condições”, conta Valéria que mora no último ponto atingido pela inundação.

A água em muitas casas chegou na cintura e o Corpo de Bombeiros teve que socorrer as famílias de barco. A dona de casa Joana Darc Maria dos Santos, avó de três crianças pequenas, sendo uma delas de apenas um mês, relata que ainda ajudou outros moradores a saírem de casa: “Eu tava passando ali naquela casa de muro e ouvi os gritos da moça que pedia socorro. Ela estava apavorada. Consegui pedir pra ela abrir a porta e consegui tirar ela de lá. A geladeira dela virou e a cozinha estava tudo espalhado. Uma tristeza. Isso aconteceu igualzinho há 12 anos. lembro bem, estava de resguardo do meu menino. Depois nunca mais tivemos alguma coisa assim. Agora é esperar a água descer para entrar em casa e ver se sobrou alguma coisa”.

Pelo menos 25 famílias foram atingidas. Muitos animais de criação, como porcos, galinhas e cachorros morreram afogados. Algumas casas, até às 8h30 ainda permaneciam isoladas porque a água ainda bate nos joelhos impedindo seus moradores de retornarem. Dona Valéria já limpava seu imóvel e ainda conta com a dificuldade da pouca água na cozinha. Já Juliana, comerciante do local, tentava limpar o local: “Eu não tive muitos prejuízos não, foi mais o estresse mesmo e a falta de água. Até agora ninguém da prefeitura esteve aqui”, contou.

Segundo a Defesa Civil, o que ocorreu na comunidade São Januário foi o transbordamento do rio por conta da quantidade de água, sendo nesse caso classificado como cabeça d’água, comum nesta época do ano.

O local não dispõe de infraestrutura e nem de topografia favorável, o que proporcionou a inundação muito rapidamente. Após o resgate feito durante a madrugada, os Bombeiros deverão retornar ao local para contabilizar os prejuízos das famílias. Já a Defesa Civil informou que está monitorando vários trechos na cidade, inclusive na estrada de acesso à Visconde de Mauá, onde várias barreira caíram à noite deixando motoristas presos na estrada.

VISCONDE DE MAUÁ
E segue sem previsão de liberação os dois sentidos da rodovia RJ-163, estrada de acesso a região de Visconde de Mauá que está interditada desde a madrugada deste domingo, dia 4. Um novo temporal atingiu a localidade na noite do mesmo dia, após vários desmoronamentos de terras e quedas de árvores, impedindo novamente o tráfego nos dois sentidos depois da liberação parcial da rodovia.

Segundo a Defesa Civil de Resende, um ônibus e alguns carros estão parados sem conseguir retornar para Visconde de Mauá ou seguirem para o centro da cidade. E de acordo com relatos de um motorista da Viação São Miguel, que havia retornado do distrito da Serrinha, em Resende, chovia muito na hora.

De acordo com a Prefeitura de Resende, o temporal de domingo atingiu a casa dos 200 milímetros. A quantidade de chuva que caiu é a mesma prevista para o mês todo.

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros trabalharam durante a madrugada desta segunda para resgatar as pessoas, enquanto equipes da Secretaria de Obras foram para a Serra do Eme, na Estrada da Vargem Grande, ajudarem nos trabalhos de desobstrução da via. Além de Visconde de Mauá, também ocorreram deslizamentos de encostas na estrada do distrito da Fumaça, que fica a cerca de 30 quilômetros do Centro. e também está interrompida para o tráfego.

Fotos da estrada: Reprodução

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