Um Feliz Natal de paz e harmonia a todos

Ontem à noite chegou a meu celular uma dessas piadas espirituosas e mordazes (cruéis para os mais sensíveis), que me divertiu e me alertou para algumas necessidades imediatas ligadas á essa época do ano.

A postagem dizia o seguinte: ‘Já tiramos Roberto Carlos do freezer e agora vamos levá-lo ao micro-ondas’. Ilustrava o texto, a imagem do cantor, como que encerrado num bloco de gelo. Dava para adivinhar a calvície adiantada que a TV não mostra.

É verdade. O ano acabou. Está aí mais um carcomido, entediante e pretensioso especial de fim de ano de Roberto Carlos. Lágrimas serão produzidas artificialmente provocando, quem sabe, lágrimas autênticas em tele-expectadores fiéis à rotina monótona e hipnotizante da telinha.

Entre as necessidades imediatas desse período do ano, estão as avaliações do que passou e a tentativa de prever o que virá nos próximos trezentos e sessenta e cinco dias.

2017 – O ano acaba como começou, com a demolição das esperanças para quem acreditava que pudéssemos um dia viver num país autônomo, independente, e até, olha os sonhos dos nossos sonhadores, que servisse de modelo para o mundo.

Modelo de uma civilização solidária, humanista e robustamente democrática na qual, diferentes etnias e opções politicas e religiosas convivessem em harmonia, incluindo a tolerância com o ateísmo crescente do mundo.

Infelizmente, o que temos visto nesses tempos, nos leva a despir nossa utopia e a crer que existe uma força maior do que nossos sonhos, que é a materialidade real e indomável do capital. Sinônimo de retrocesso humano.

Essa força pode ser representada em nosso país por esse mostrengo que é resultado da união do Judiciário com políticos que representam grandes interesses corporativos, a mídia comercial e alguns grupos neo-pentecostais milionários.

O cenário é desolador com o crescimento em escala industrial da ignorância e da informação inútil que desinforma. Universidades federais são asfixiadas e as particulares demitem professores e criam o professor ‘uber’.

Coisas de um governo ilegitimo e criminoso que sepulta o futuro do país com reformas trabalhistas escabrosas e reformas da previdência sanguinária.

O fascismo cresce nas ruas sob os mais diversos matizes alimentado pela desinformação institucionalizada que transforma cidadãos em zumbis.

O cenário não é animador, mas como é praxe no final do ano acreditarmos que esperanças se renovam, digo que é dever nosso acreditar que 2018 será melhor que o ano que termina.

Um Natal de paz e harmonia, e sem remorsos por não poder comprar presentes a todos que pretendíamos presentear. Não alimentem essa culpa incômoda. E na próxima coluna, as previsões para 2018.

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.