Conscientização sobre descarte do lixo é tema de seminário na Câmara

Márcia defende os cuidados no manuseio ao lixo que será descartado

Neste sábado, dia 11, foi realizado no Plenário da Câmara de Resende um seminário preparatório voltado ao debate do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. No período da manhã, o evento – organizado por filiados ao partido Democratas (DEM) – contou com a realização de várias palestras voltadas à conscientização da população, entre elas a da engenheira ambiental Márcia Cristina Osório Menezes, da empresa HigiServ. Ela destacou a importância de realização do evento.

– Acho de extrema importância que seja realizado porque na verdade existem problemas na coleta que não acontecem apenas por causa do Poder Público, mas também da falta de conhecimento por parte da população dos riscos oferecidos por esses resíduos, tanto pra elas quanto para os que trabalham na coleta do lixo – diz a engenheira ambiental.

Ela aponta falhas tanto na falta de conscientização da população quanto dos próprios funcionários que trabalham para as empresas de coleta. “Vejo que aqui esse problema não é tão acentuado, mas há o risco do catador não ter essa noção do risco que corre com o lixo. É por isso que as pessoas precisam ter muitos cuidados, entre eles o de colocar o vidro quebrado em recipientes como garrafas pet ou folhas de jornal envoltas em sacos plásticos. Fora os riscos do descarte inadequado de pilhas, baterias e outros resíduos químicos e radioativos que ofereçam riscos à saúde”.

Com a eleboração por parte da Prefeitura de Resende do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS-Resende/RJ), um grupo teve a ideia de realizar o seminário. “O seminário teve a intenção de servir de evento preparatório para oficinas e audiências inerentes a esse processo, é uma iniciativa voluntária e alternativa ao plano”, responde um dos organizadores, Renato Serra.

Para ele, a população tem se atentado menos à questão do descarte do lixo em relação aos assuntos sobre meio ambiente. “Fala-se muito do desmatamento e da tragédia de Mariana, mas pouco se dá atenção à nossa tragédia diária do impacto que os resíduos sólidos podem provocar no meio ambiente”, cita Renato.

Ele defende que a conscientização da população tem que começar ainda na infância, através da educação. E traz um número alarmante sobre a geração de resíduos sólido. “Cada pessoa produz em média dois quilos de resíduos sólidos por dia. A gente tem que começar a rever isso. É a oportunidade que temos de assumir esse problema, mas isso depende de cada indivíduo. Não adianta apenas o poder público fazer a sua parte”, conclui.

Além de Márcia, o evento contou com as palestras do deputado estadual Gláucio Jullianeli (Rede), sobre o panorama dos resíduos sólidos na Região das Agulhas Negras, situação do aterro sanitário e conclusões, além da CPI do ALERJ de 2015 sobre o tema; de Rodrigo Villar, da Greenlife, sobre Problemas e dificuldades na coleta de resíduos domésticos em Resende; do engenheiro químico com Mestrado em Engenharia Ambiental e Professor da UERJ, Afrânio Reis Rodrigues Primo, sobre Resíduos Contaminantes de uso comum (lâmpadas fluorescentes, baterias, óleo vegetal): classificação, legislação e iniciativas no município e do ambientalista Luís Felipe César, da Crescente Fértil, sobre Coleta seletiva e reciclagem no município de Resende.

Na segunda parte, foram realizados dos debates em grupos de trabalho divididos em 6 grupos temáticos: Coleta, transporte e destinação de resíduos domésticos; Descarte, transporte e destinação de resíduos contaminantes de uso comum (lâmpadas, baterias, óleo vegetal); Coleta, transporte e destinação de resíduos hospitalares; Descarte e destinação de resíduos da construção civil; e Coleta seletiva e reciclagem. O evento foi encerrado com a leitura do relatório final.

PLANO SEGUE A PNRS
Em agosto deste ano, a Prefeitura de Resende elaborou o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS-Resende/RJ), e teve a oportunidade de apresentar as etapas do projeto no final daquele mesmo mês, no auditório da Agevap, que atende a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

O plano foi elaborado com recursos do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap) e sob supervisão da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap). Ele vai determinar, para os próximos 20 anos, as diretrizes e ações para o manejo adequado e sustentável dos resíduos sólidos, assim como a educação ambiental e mobilização social. A empresa vencedora do processo licitatório (Ato Convocatório n. 08/2016 – Ceivap/Agevap) para desenvolver o projeto foi a Deméter Engenharia.

 

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