Existe uma revista norte-americana chamada Allure que é referência quando o assunto é beleza.
Allure, cuja tradução é elegante, é um nome mais do que apropriado para um veículo midiático que decide banir de suas publicações o termo anti-idade. Nada de anti-idade para se referir a produtos, procedimentos ou qualquer tipo de tema abordado pela publicação.
Mais maravilhoso impossível agora que estou sentindo na pele, literariamente e literalmente, os efeitos do avanço na idade.
Já me sinto engordando a previsão estatística de que o Brasil será o 6º país do mundo com mais idosos daqui a menos de 10 anos, em 2025. Teremos cerca de 343,5 milhões de idosos e eu participando ativamente!
Foi-se o tempo em que as pessoas enterravam suas vidas aos 40 anos. Ao chegar nessa idade, as mulheres recolhiam-se e resguardavam-se da vida, negando a si o direito de gastar os dias que restavam de suas existências aproveitando da melhor maneira possível. Mas como o avanço da estimativa de vida e a descoberta da possibilidade de existir após os 50, o mundo ganhou um contorno mais definido e marcado.
Ainda constituindo uma jovem e recém-nascida fatia do mercado, os cheios de anos vividos são comemorados e bem recebidos. É preciso promover uma mudança urgente na forma como encaramos e entendemos o envelhecimento. E para que tal mudança aconteça é preciso que modifiquemos a forma como tratamos essa etapa da vida. Sem querer, reforçamos a ideia de que o envelhecimento é uma condição que devemos combater.
Envelhecer deve ser visto como uma conquista e não como uma derrota. Podemos trabalhar para estarmos bem, saudáveis, mas negar essa etapa, nem pensar. Precisamos ser produtivos, ativos, proativos e empreendedores nessa etapa, bem como nas outras. Nossa história é feita daquilo que construímos, de um trabalho de edificação com muitos momentos e experiências. Não podemos negar nada e nenhum dos tijolos da nossa edificação.
E também não concordo com o mascaramento com nomeações como melhor idade, feliz idade, etc. A terceira idade é uma fase da vida que será feliz se as outras forem também. Mas para isso, devemos aprender e refletir muito sobre o sentido da vida e o propósito da existência.
Ângela Alhanati
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Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão
