Situação de horta comunitária é a mesma depois de cinco anos

Tonico teve prejuízo devido às dificuldades de infraestrutura
Tonico teve prejuízo no desenvolvimento das hortaliças devido às dificuldades de infraestrutura

“Precisamos de esterco, e até temos o local onde podemos conseguir. O problema é que não temos transporte para buscar esse material, também estamos sem ferramentas para trabalhar. Não temos recebido a mesma ajuda que recebíamos antes por parte da prefeitura, eles só vêm aqui pra fazer foto e divulgar na página deles. E o nosso presidente (Augusto Luis da Silva), por mais que procure o pessoal da secretaria (de Agricultura e Pecuária) pra pedir investimentos em nossa horta, o tratam com descaso”, relata um dos agricultores da Associação de Agricultores Terra Nossa, José de Souza.

Ele relembrou durante entrevista ao jornal BEIRA-RIO as matérias feitas nos anos de 2009 (quando a horta comunitária do bairro Vila Isabel, criada em 2006, sofria com o estado de abandono) e 2011 (quando Resende recebeu R$ 180 mil para investir nas hortas). Na ocasião da última entrevista, os produtores – que chegaram ao número de 20 famílias, mas agora se resumem a 10 – aguardavam com ansiedade a liberação da quantia a qual tinham direito na ocasião.

– A gente sequer recebeu esse valor. A única coisa que nós conseguimos disso tudo na época da entrevista foi a distribuição de esterco (adubo) por parte da prefeitura, mas também é a única ajuda que temos hoje – diz Souza.

No entanto, segundo outro agricultor do grupo, Antônio Albino da Silva, o Tonico, o material fornecido é insuficiente para manter a produção da horta. “A quantidade de esterco é insuficiente, tanto que a minha produção de hortaliças feita na mesma época ficou com uma diferença no crescimento delas, as que eu adubei ficaram perfeitas, e as demais ficaram minguadas. E tive que comprar sacos de esterco por R$ 8 (cada saco) pra poder trabalhar”, disse.

O colega conta que também costuma comprar sacos para sua produção a R$ 10, e diz que esse trabalho poderia ter ficado melhor se o grupo tivesse condições logísticas para carregar o adubo de outra propriedade. “Eles poderiam nos ceder o transporte para fazer esse serviço”, completa Souza.

Com isso, as 10 famílias que ainda tentam resistir bravamente às adversidades, acabam tendo que gastar do próprio bolso o que antes recebia da prefeitura. As caixas de mudas e pacotes de sementes ficam em média R$ 15, pois os produtores não receberam mais as sementes, tendo inclusive que comprar em municípios vizinhos. “Essas mudas, nós tivemos que ir até Barra Mansa (em Santa Rita) para buscá-las, uma cartela com mudas fica em média R$ 15”, cita Tonico.

Atualmente, as famílias contam com plantações de hortaliças (alface, couve, repolho), frutas (banana, limão, graviola) e até legumes e temperos (mandioca, pimentão, pimenta), que são vendidas com preços entre R$ 0,50 e R$ 3. Perguntados sobre quanto cada um dos entrevistados costuma ganhar pela venda de suas produções, Souza revela que ganha até R$ 300 por mês e Tonico, entre R$ 400 e R$ 500 pelo mesmo período.

A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Prefeitura de Resende, que até o momento ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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