Alagamento do Rio Sesmaria causa transtorno em Resende

O Rio Sesmaria transbordou alagando ruas do bairro Ipiranga, na manhã deste domingo, dia 3, em Resende. Moradores ficaram impossibilitados de deixar suas casas e fizeram imagens do nível do rio subindo e de suas ruas sem passagem. A Prefeitura de Resende realizou obras para evitar enchentes às margens do rio, mas em 2014 havia revelado que, apesar do dinheiro investido, as obras não evitariam novas enchentes. Em dezembro de 2015 ela foi condenada a pagar uma multa de R$ 2,5 milhões porque as obras haviam aterrado as margens do rio.

Na primeira quinzena de dezembro, o rio já havia tido um aumento de dois metros e meio em relação a seu nível normal. Na ocasião, o coordenador da Defesa Civil Atanagildo Oliveira Alves explicou que a prefeitura de São José do Barreiro (SP) o informava quando havia cabeças d’água no local que pudesse alterar o nível do Rio Sesmaria, em Resende. Por isso, o monitoramento vinha sendo realizado de forma constante.

No dia 3, os moradores de bairros afetados utilizaram as redes sociais para relatar a enchente desde cedo e alguns chegaram a dizer que vinham tendo problemas para fazer contato com a Defesa Civil. Eles também questionavam as enchentes, após a conclusão das obras realizadas pela prefeitura entre 2011 e 2014, que prometiam evitar tal tipo de transtorno. Ao final do dia, a prefeitura divulgou um comunicado deixando a cidade estava em estado de alerta.

“Atenção: Estado de Alerta: Em decorrência da tromba d’água que atingiu a cidade e arredores das últimas horas, Resende está oficialmente em estado de alerta. A Defesa Civil, que pode ser contatada através da linha 199, permanece monitorando a situação e está preparada para agir em caso de emergência”, informava o comunicado.

Em 2010, vários bairros sofreram com as enchentes, especialmente Barbosa Lima, Ipiranga, Jardim Brasília e parte do Alvorada. No ano seguinte, a prefeitura anunciou obras de desassoreamento das encostas, mas a Federação das Associações de Moradores (Famar) desconfiou que a obra estivesse promovendo o aterramento ao invés do desassoreamento e denunciou o caso à Justiça. Além disso, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) afirmou que não havia fornecido a licença para realização da obra devido à ausência de laudo hidrológico e a obra foi paralisada. Além da ausência de documentações, a prefeitura também alegou falta de dinheiro para a realização de etapas da obra, já que ela era subsidiada pelo Governo Federal e o repasse estava bloqueado devido ao processo que tramitava no Ministério Público Federal (MPF). O processo foi concluído em dezembro de 2015 e a Prefeitura de Resende foi condenada por crime ambiental.

A Prefeitura de Resende foi procurada para comentar os alagamentos do dia 3, mas não havia se manifestado até o fechamento desta edição.

Foto: Reprodução redes sociais

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