Riscos de acidentes e prejuízos aos produtores rurais e empresários do turismo são, três anos depois de iniciadas as obras na RJ163, as principais reclamações de moradores e empresários do distrito de Visconde de Mauá, Resende, RJ. Porque basta um único deslizamento de terra e pedras para obstruir a estrada que foi alargada e recebeu R$ 200 milhões de recursos públicos.
No último dia 30 de agosto, o deputado Carlos Minc encaminhou ao presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ), Pedro Henrique Ramos, um ofício com uma denúncia de que apesar dos milhões investidos “para melhorias e alargamento de uma importante estrada que promove, dentro outros, o desenvolvimento do turismo e da agricultura”, cerca de dois quilômetros não sofreram qualquer intervenção por conta de um imbróglio que foi parar na Justiça.
Os moradores perceberam uma movimentação de retirada das máquinas e do pessoal da obra sem que parte do trecho Penedo-Capelinha tivesse recebido as melhorias necessárias, entre elas, a contenção de áreas de desmoronamento, pois tem barrancos e constantes deslizamentos de pedras, o que se agrava com a proximidade do período de chuva.
— Esse trecho da RJ 163 que liga a Rodovia Presidente Dutra a Visconde de Mauá está embargado judicialmente há quase um ano. Buscamos informações junto aos trabalhadores que atuam nas obras da estrada e o motivo alegado é um embargo judicial do proprietário desse barranco. O motivo seria um conflito quanto ao valor da indenização a ser paga pelo governo estadual ao proprietário pela desapropriação do barranco. O governo estadual tem a prerrogativa, direito e dever, de desapropriar a área do barranco, considerado o interesse público e a segurança dos usuários da rodovia, comentou em suas redes sociais, um dos integrantes do Conselho Regional de Turismo e morador da região, Eliel Queiroz.
Várias obras do estado têm apresentado paralisações e demoras significativas o que representará maior custo final. A RJ 163 teve esse trecho excluído do alargamento e melhorias, mas também em Resende se constata a lentidão para iniciar as obras da RJ 161, trecho Resende -Riachuelo que dá acesso a Formoso, SP, cuja licitação ocorreu há sete meses. No centro da cidade, a reforma da Praça Oliveira Botelho, com custo inicial de quase R$ 3 milhões, passa até quatro dias sem operários. Já se passaram quatro meses e até agora apenas o piso e bancos da praça foram quebrados e o prazo de término é outubro deste ano. Tudo indica que um aditivo contratual aumentará ainda mais o valor e consequentemente o prazo.