Alerta: Resende tem risco potencial de surto de Dengue

Em apresentação do Plano de Arboviroses ao Conselho Municipal de Saúde de Resende, na noite de terça-feira, dia 28 de fevereiro, o médico epidemiologista, Marco Antonio Neto alertou os conselheiros sobre o “risco potencial de surto de Dengue, tipo 2”, pois de acordo com o levantamento rápido de índices para o Aedes aegypti (LIRAa) realizado tanto pela Secretaria de Saúde do município quanto pela Secretaria de Estado de Saúde, verificou-se no primeiro ciclo de 2023 (mês de janeiro) um médio risco no município com 1,4% correspondente ao índice de infestação predial, ou seja, o que tem sido encontrado pelos agentes de endemia.

O LIRAa é uma metodologia que permite o conhecimento de forma rápida, por amostragem, da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas de Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Chikungunya, Febre pelo vírus Zika e Febre Amarela e que só é possível aferir quando os agentes têm acesso aos imóveis para verificação. Por isso é muito importante que as pessoas permitam o ingresso desses agentes, devidamente identificados, para orientação e verificação de possíveis focos do mosquito que se prolifera nesta época do ano (verão) com muita velocidade.

A Coordenação de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde apontou em maio de 2022, que, nos primeiros meses do ano, o estado registrou um aumento de 115,6% no número de casos de dengue. Naquele momento, o então secretário de saúde, o médico Alexandre Chieppe  disse que o número de casos avançava muito rapidamente. Por isso o alerta sempre feito no início do ano para que a prevenção seja uma rotina dos moradores e também do poder público com limpeza de ruas e áreas que indiquem risco.

Mapa de Resende mostra, em 2022, os bairros com os maiores índices de pessoas que contraíram a Dengue

Durante a apresentação do Plano, Neto mostrou os bairros com maior incidência do vetor. A boa notícia é não ter bairro com alto risco, mas o alerta de risco foi feito pelo médico que lembrou que no ano de 2022 dos 930 casos notificados, 61 foram confirmados até agora. Já em janeiro de 2023, dos 131 casos notificados, cinco já foram confirmados. A cidade segue sem registro de casos mais graves ou óbito, mas o epidemiologista lembra que o mosquito Aedes aegypti causa também a Zika e Chikunguya, entre outras infecções.

Para o controle deste vetor, o Plano de Resende aponta a necessidade de “mutirões de recolhimento de inservíveis; ações de mobilização da comunidade; articulação com demais setores governamentais (limpeza urbana, educação, obras, ordem pública, ambiente, etc); e articulação com setores não governamentais (ongs, associações de moradores, instituições religiosas, escolas e outras)”.

 

SINTOMAS E PREVENÇÃO

A dengue é uma doença que apresenta febre aguda causada pelo vírus. Esse vírus possui quatro sorotipos conhecidos. Em Resende já foram registrados os tipos 1 e 2. A gravidade dos sintomas pode ser diferente de pessoa para pessoa e as pessoas com doenças crônicas precisam estar mais atentas. Os principais sintomas são:

  • febre alta
  • cansaço
  • dor de cabeça
  • dor no corpo e articulações
  • dor e vermelhidão nos olhos
  • manchas vermelhas no corpo
  • diarreia
  • falta de apetite
  • sangramento

Os principais sinais de alerta, de acordo com o Ministério da Saúde, e que causam maior preocupação são:

  • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
  • Hipotensão postural e/ou lipotímia;
  • Letargia e/ou irritabilidade;
  • Hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal;
  • Sangramento de mucosa;
  • Aumento progressivo do hematócrito.

A chuva característica entre os meses de janeiro e março, no Brasil, ajudam no acúmulo de água em latas, embalagens, pneus, vasos de plantas, garrafas e copos plásticos, caixas d’água e cisternas descobertas, calhas e até cascas de ovo, entre outros recipientes. Por isso, a melhor forma de combater o mosquito é a prevenção, já que não existe um tratamento específico.

 

Foto: divulgação PMR, crédito Douglas Pacheco

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.