No Dia de Hoje – 3 de abril

Agnaldo Timóteo durante os preparativos do ensaio para show comemorativo dos seus 50 anos de carreira em São Paulo (Foto: Jardiel Carvalho)

No dia 3 de abril de 2021, morria o cantor e compositor Agnaldo Timóteo. Nascido em Caratinga/MG em 16 de outubro de 1936, passou toda a sua infância em sua terra natal. Desde pequeno se interessou por música e se apresentava nos circos que passavam pela cidade. Iniciou sua carreira como intérprete de versões de sucessos internacionais. Teve grande popularidade nas décadas de 1960 e 1970, foi recordista de vendas de discos e foi agraciado com vários prêmios ao longo de sua carreira.

Aos 16 anos, saiu de Caratinga e foi para Governador Valadares, no mesmo estado, e iniciou seu trabalho como torneiro mecânico, fabricando peças para veículos que eram usados nas construções de estradas e rodovia. Lá trabalhou na oficina de italianos “Lambertucci Retifica”, no Bairro Prado, que era vizinha de uma casa onde se ouvia muita música. Agnaldo largava o trabalho para ouvir “Adeus, Querido”, sucesso da cantora Angela Maria.

Os anos cinquenta foram marcados pelas viagens em busca de oportunidades para gravar e cantar. Mudou-se para Belo Horizonte, onde não obteve muito êxito, embora fosse reconhecido pelas rádios da cidade como o “Cauby mineiro”. Era chamado para “defender” as canções do niteroiense e até se fazer passar por ele, pois o mesmo viajava muito e não podia comparecer a todos os convites e compromissos, ele era chamado para imitá-lo nas rádios.

Com a ajuda de Aldair Pinto cantou nas rádios Inconfidência, Itatiaia, Mineira e Guarani. Teve a oportunidade de conhecer Angela Maria em um show que ela realizou em Belo Horizonte e ela deu-lhe o conselho para ir para o Rio de Janeiro, onde, provavelmente, teria mais chances e oportunidades.

Na década de 1960, já morando no Rio de Janeiro, passou por hospedarias e casas de parentes, passando pelo Lins de Vasconcelos, onde conheceu o cantor Roberto Carlos, que na época havia buscado a capital pelo sonho de virar cantor. Agnaldo revelou em um programa de televisão que eles costumavam ir a pé do Lins à Cinelândia para as rádios Nacional e Mayrink Veiga em busca de oportunidades, pois não tinham dinheiro sequer para pagar o bonde.

Neste período, não encontrando as oportunidades que buscava, pediu trabalho para Angela Maria, que tinha um automóvel e não sabia dirigir. Em 1961, indicado pela sua patroa, aconteceu sua estreia em disco: um 78 rotações com “Sábado no Morro” e “Cruel Solidão”, para o selo Caravelle, onde gravou também no ano seguinte a marcha “Na Base do Amendoim”. Nada aconteceu.

Em 1963, pela Philips, gravou o compacto duplo “Tortura de Amor” de Waldick Soriano, um trabalho mais bem elaborado e fiel ao seu estilo romântico. A gravadora, no entanto, não acreditou no sucesso e as 180 cópias foram vendidas de mão em mão pelo próprio artista. No entanto, não demorou para conseguir emplacar sua carreira, lançou vários álbuns e foi sucesso com gravações de artistas como Roberto Carlos, Nelson Ned e Julio Iglesias, entre outros e se apresentando em programas de sucesso na TV nas décadas seguintes, até os últimos anos de sua vida.

Na política, Agnaldo Timóteo foi eleito duas vezes deputado federal pelo Rio de Janeiro e vereador das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o jornalista Antero Luiz Martins Cunha, até sua primeira incursão na política em 1982, Agnaldo Timóteo só havia se manifestado sobre o tema uma única vez, quando declarou apoio ao golpe militar de 1964. Isso não o impediu participar do show de comemoração do aniversário de 84 anos do líder comunista Luiz Carlos Prestes quase dezoito anos depois.

Em 1982, Timóteo ingressou no recém-fundado PDT, apoiado pelo seu líder Leonel Brizola. Em maio daquele ano anunciou durante uma entrevista ao programa O Povo na TV sua candidatura a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Sua campanha foi planejada para ser realizada com grandes showmícios no “Brizolão”, caminhão de campanha idealizado por Darcy Ribeiro. Aproveitando a superexposição causada pela candidatura, a gravadora Odeon relançou cinco discos de Timóteo, embora corressem boatos no Rio que algumas rádios haviam iniciado um boicote às suas músicas por conta da candidatura.

A candidatura foi lançada na convenção estadual do PDT em 7 de agosto de 1982, ao lado de Brizola, candidato a governador do Rio de Janeiro. Sua campanha atraiu grande atenção da imprensa e do eleitorado, que disputava autógrafos em seus santinhos fartamente distribuídos pelo Rio. Nas Eleições estaduais no Rio de 15 de novembro de 1982 Timóteo foi eleito deputado federal. Com 503.455 votos, tornou-se o candidato mais votado do estado do Rio de Janeiro. Sua votação recorde fez com que pleiteasse, sem sucesso, a secretaria de obras do Rio de Janeiro a Brizola. Posteriormente, foi eleito vereador em 1996 pelo Rio e em 2004 e 2008 por São Paulo, pelo Partido Progressista (atual Progressistas).

Em seus últimos anos de vida, o cantor sofreu em 2019 um AVC quando se preparava para uma apresentação no interior da Bahia. O cantor ficou hospitalizado por 59 dias e ao longo do ano foi recuperando sua saúde; retornou aos palcos em dezembro do mesmo ano. Seu grande retorno se deu no programa Conversa com Bial, onde conversou sobre sua vida e carreira com o apresentador e interpretou alguns sucessos.

Mas no dia 3 de abril de 2021, após 17 dias internado na unidade de terapia intensiva do Hospital Casa São Bernardo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, morreu aos 84 anos, de complicações decorrentes da Covid-19.

Fonte: Wikipédia

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