No Dia de Hoje – 18 de junho

Kasato Maru foi o primeiro navio a trazer imigrantes do Japão para o Brasil, em 1908, no porto de Santos/SP (Foto: Reprodução/Internet)

No dia 18 de junho de 1908 começou oficialmente a imigração japonesa no Brasil. Atualmente, o país abriga a maior população de origem japonesa fora do Japão, com cerca de 1,5 milhão de nikkeis (termo usado para denominar os japoneses e seus descendentes). Um nipo-brasileiro é um cidadão brasileiro com ascendentes japoneses. Também são consideradas nipo-brasileiras as pessoas nascidas no Japão radicadas no Brasil.

A imigração japonesa no Brasil teve início quando o navio Kasato Maru aportou em São Paulo, trazendo 781 lavradores para as fazendas do interior paulista. O fluxo cessou quase que totalmente em 1973, com a vinda do último navio de imigração Nippon Maru, contando-se quase 200 mil japoneses estabelecidos no país.

Atualmente, estima-se que haja mais de um milhão de nipo-brasileiros, cuja maioria reside nos estados de São Paulo e do Paraná. Segundo pesquisa de 2016 publicada pelo IPEA, em um universo de 46.801.772 nomes de brasileiros analisados, 315.925 ou 0,7% deles tinham o único ou o último sobrenome de origem japonesa.

Os descendentes de japoneses chamam-se nikkei, sendo os filhos nissei, os netos sansei, os bisnetos yonsei, e assim por diante. Os nipo-brasileiros que mudaram-se para o Japão em busca de trabalho e lá estabeleceram residência, a partir do fim dos anos 80, são denominados dekasseguis.

O Japão estava superpovoado no início século XX. O país tinha ficado isolado do Mundo durante os 265 anos do período Edo (Xogunato Tokugawa), sem guerras, epidemias trazidas do exterior ou emigração. No entanto, com as técnicas agrícolas da época, o Japão produzia apenas o alimento que consumia, sem praticamente formação de estoques para períodos difíceis. Qualquer quebra de safra agrícola causava fome generalizada.

O fim do Xogunato Tokugawa deu espaço para um intenso projeto de modernização e abertura para o exterior durante a era Meiji. Apesar da reforma agrária, a mecanização da agricultura desempregou milhares de camponeses. Outros milhares de pequenos camponeses ficaram endividados ou perderam suas terras por não poderem pagar os altos impostos, que, na era Meiji, passaram a ser cobrados em dinheiro, enquanto antes eram cobrados em espécie (parte da produção agrícola).

A partir da década de 1880, o Japão incentivou a emigração de seus habitantes por meio de contratos com outros governos. Antes do Brasil, já havia emigração de japoneses para os Estados Unidos (principalmente Havaí), Peru e México. Somente no Brasil, Estados Unidos e Peru se formaram grandes colônias de descendentes de japoneses.

Em abril de 1905, chegou ao Brasil o Ministro Fukashi Sugimura, que visitou diversas localidades no Brasil, sendo bem recebido tanto pelas autoridades locais como pelo povo, parte desse tratamento se deve a vitória japonesa na Guerra Russo-Japonesa, frente ao grande Império Russo. O relatório produzido por Sugimura, onde foi descrito a receptividade dos brasileiros, aumentou o interesse do Japão pelo Brasil. Influenciados por este relatório e também pelas palestras proferidas pelo secretário Kumaichi Horiguchi, começaram a surgir japoneses decididos a viajar individualmente para o Brasil.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes japoneses para o Brasil foi o maior observado. Entre 1917 e 1940, vieram 164 mil japoneses para o Brasil. A maior parte dos imigrantes chegou no decênio 1920-1930. Mas durante a Segunda Guerra e o governo de Getúlio Vargas, os imigrantes e seus descendentes sofreram em peso com as políticas de eugenia racial que propunham a necessidade do “branqueamento” da população brasileira, e com uma emenda constitucional que estabelecia cotas de imigração sem fazer menção a raça ou nacionalidade, e que proibia a concentração populacional de imigrantes.

Segundo o texto constitucional, o Brasil só poderia receber, por ano, no máximo 2% do total de ingressantes da cada nacionalidade que fora recebido nos últimos 50 anos. Apenas os portugueses foram excluídos dessa lei. Estas medidas não afetaram a imigração de europeus como italianos e espanhóis que já tinham ingressado em grande quantidade e cujo fluxo migratório era descendente. Entretanto, o regime de cotas, que iria vigorar até a década de 1980, restringiu a imigração de japoneses, assim como, futuramente, a de coreanos e chineses.

Família de japoneses e descendentes, nos anos de 1930, no interior paulista (Foto: Reprodução/IBGE e Museu Histórico da Imigração Japonesa)

Com o passar dos anos, os imigrantes e seus descendentes têm se destacado em diferentes áreas no Brasil, desde cargos políticos às artes e esporte. Naa economia, aperfeiçoaram as técnicas agrícolas e de pesca dos brasileiros, ajudaram na difusão de técnicas de produção de alimentos através da hidroponia e da plasticultura. É notável o seu trabalho na aclimatação ou desenvolvimento de vários tipos de frutas e vegetais antes desconhecidos no Brasil, no total trouxeram mais de 50 tipos de alimentos, entre os quais o caqui, a maçã Fuji, mexerica poncã e o morango.

Eles também contribuíram de forma expressiva para a educação, já que as escolas também tiveram um papel ativo na história da comunidade japonesa no Brasil e realizavam seu papel de reprodutor da cultura de seus ancestrais e mantinham a mentalidade nacionalista, pois os primeiros imigrantes tinham planos de retornar ao Japão. Além disso, os nipo-brasileiros foram os responsáveis pela introdução e disseminação de esportes, tais como: aikidô, caratê, gateball, jiu-jitsu, kendo, softbol e sumô.

Fonte: Wikipédia

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