No Dia de Hoje – 31 de outubro

Dia 31 de outubro é comemorado o Dia do Saci, baseado em uma das figuras lendárias mais conhecidas da cultura brasileira, o Saci-Pererê. A data consta do projeto de lei federal nº 2.762, de 2003 (apensado ao projeto de lei federal nº 2.479, de 2003, proposto por Aldo Rebelo), elaborado pelo deputado federal Chico Alencar, (PSOL-RJ) e pela então vereadora de São José dos Campos Ângela Guadagnin (PT-SP), com o objetivo de resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao “Dia das Bruxas”, ou Halloween, de tradição cultural celta, mas a mesma ficou arquivada.

Anteriormente, leis semelhantes foram aprovadas pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e na Câmara Municipal de São Paulo. O estado de São Paulo oficializou a data com a Lei nº 11.669, de 13 de janeiro de 2004. Outros dez municípios paulistas, além da capital, já haviam feito o mesmo: São Luiz do Paraitinga (onde a festa dedicada ao Saci dura quase duas semanas), São José do Rio Preto, Guaratinguetá e Embu das Artes. Em municípios de outros Estados: Vitória (Espírito Santo); Poços de Caldas e Uberaba (Minas Gerais); e Fortaleza e Independência (Ceará).

Outra ideia das leis é chamar atenção para as lendas nacionais que são pouco difundidas nos dias de hoje. Existe até uma organização sobre o tema, a Sociedade dos Amigos do Saci (Sosaci). O grupo nasceu em 2003 entre pessoas que estudam o saci e outros mitos. Alguns associados, aliás, juram ter visto a criatura.

A origem do Saci-Pererê é totalmente ligada à miscigenação do Brasil, mostrando elementos da cultura indígena, negra, e também elementos cristãos, como ter medo de cruzes e deixar um cheiro sulfuroso, que são atributos clássicos do diabo na religião cristã.

O mito do Saci começa no folclore indígena, de onde vem seu nome que deriva de Ŷaci-ŷaterê, na língua Tupi-Guarani. A lenda do Saci provavelmente se originou entre os povos indígenas do sul do Brasil durante o período colonial, onde ele era retratado como um menino índio que morava na floresta, com sua pele bronzeada e uma cauda. Ele era originalmente uma criatura da noite, e seu nome mostra isso pelo fato de ŷaci (jasi) significar “Lua” no velho Tupi.

No entanto, quando o mito migrou para o norte, o personagem recebeu fortes influências africanas dos escravos que foram trazidos para o Brasil, que contavam histórias do Saci para divertir e assustar as crianças. Nesses contos, o Saci passou a ser descrito como um jovem negro com apenas uma perna, porque, de acordo com o mito, ele perdeu a outra em uma luta de capoeira.

Foi por volta desta época que o Saci começou a ser representado usando uma touca vermelha mágica e fumando um cachimbo, típico da cultura africana. Seu nome se transformou durante o tempo, sendo conhecido também como Saci Taperê e Sá Pereira. Algumas histórias também dizem que a origem do seu gorro foi inspirado em um chapéu que era usado pelos camponeses portugueses.

O Saci-Pererê é conhecido por adorar pregar peças nas pessoas, como trançar os pelos dos animais, esconder brinquedos de crianças, deixar os animais soltos e provocar os cachorros. Além disso, quando ele está na cozinha, ele derrama o sal, azeda o leite e queima o feijão. Mas, de acordo com o mito, o Saci não faz apenas esses truques. Ele é um importante conhecedor de ervas, chás e da fabricação de medicamentos feitos de plantas. Aqueles que entram nas florestas em busca de plantas medicinais devem pedir sua permissão ou arriscar-se a se tornar uma vítima de seu truques.

Ao longo dos anos, o mito foi perpetuado através da cultura oral, e depois sendo transmitido através da literatura, quadrinhos e televisão, como no Sítio do Picapau Amarelo, que fez com que a lenda se espalhasse por todo o Brasil, enquanto as histórias de Monteiro Lobato conquistavam as telas de televisão no início da década de 1950.

No ano de 2013, o colunista do jornal BEIRA-RIO, Laís Amaral, relembrou em sua coluna uma homenagem que fez ao Dia do Saci no soneto “31 de Outubro”, publicada em seu livro de poesias “Água de Passarinho”.

Foto: Reprodução/Hipercultura

Fontes: Wikipédia, Veja SP e Hipercultura

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