No Dia de Hoje – 17 de outubro

Chiquinha Gonzaga aos 29 anos (Foto: Reprodução/Internet)

No dia 17 de outubro de 1847, nascia na cidade do Rio de Janeiro a compositora, instrumentista e maestrina Francisca Edviges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga. Ela foi a primeira pianista chorona (musicista de choro), autora da primeira marcha carnavalesca com letra (“Ó Abre Alas”, de 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.

Era filha da união de José Basileu Gonzaga, marechal de campo do Exército Imperial Brasileiro e de Rosa Maria Neves de Lima, filha de escrava alforriada. Chiquinha Gonzaga cresceu em uma família de pretensões aristocráticas (afilhada de Luís Alves de L. e Silva, Duque de Caxias) e conviveu bastante com a rígida família paterna.

Estudou piano com o maestro Elias Álvares Lobo. Desde cedo, frequentava rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África. Aos 11 anos escreve sua primeira composição, a canção natalina Canção dos Pastores. Em 1863, aos 16 anos, por imposição paterna, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Mercante, e logo engravidou. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia, e a proibição de que não se envolvesse com a música, Chiquinha, seis anos depois, abandona o matrimônio, escandalizando a sociedade de então.

Após a separação, Chiquinha leciona piano e frequenta rodas de choro, acompanhada pelo flautista Joaquim Antônio da S. Callado. Na ocasião, conhece o engenheiro de estradas de ferro João Batista de Carvalho, com quem inicia um relacionamento e tem uma filha: Alice Maria. Vivem juntos muitos anos, mas Chiquinha não aceitava suas relações extraconjugais. Separa-se e, mais uma vez, perde uma filha, pois a guarda de Alice fica com o pai.

Então, volta a lecionar, retorna à boemia e bailes e passa a viver como musicista independente com o grupo Choro Carioca e tocando piano em lojas de instrumentos musicais. Nesta época sofria preconceito por criar sozinha um filho. Passa a dedicar-se inteiramente à música, obtendo bastante reconhecimento pela composição de polcas, valsas, tangos e cançonetas.

Envolveu-se com a política, militando em prol da abolição da escravidão e pelo fim da monarquia. Chamava a atenção nas rodas boêmias do Rio por ser independente e por fumar em público, algo que não era considerado de bom tom para mulheres.

Em 1899, compôs Ó Abre Alas, para embalar o desfile do cordão Rosa de Ouro, do bairro Andaraí no Rio de Janeiro, a primeira composição criada para o Carnaval, que definiu um novo estilo musical, a Marcha-Rancho, considerado o ritmo oficial do Carnaval.

Em 1899, aos 52 anos, após décadas dedicadas à música, conheceu e apaixonou-se por João Batista Fernandes Lage, um estudante de música de 16 anos. A diferença de idade era muito grande, e temendo o preconceito, Chiquinha escondeu o relacionamento adotando João Batista como filho. Assim, pôde viver o grande amor evitando escândalos e em respeito aos seus filhos, protegendo também sua brilhante carreira. Por conta disto, em 1902 mudaram-se para Lisboa, Portugal.

Ela morreu ao lado de João Batista, em 1935, quando começava o Carnaval. Foi enterrada no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi. Em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12.624, que instituiu o Dia da Música Popular Brasileira, comemorado no dia de seu aniversário.

Fonte: Wikipédia

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