No Dia de Hoje – 23 de setembro

Poeta venceu o Nobel de Literatura em 1971, dois anos antes de morrer

No dia 23 de setembro de 1973 morreu o poeta chileno Pablo Neruda, considerado um dos mais importantes escritores em língua castelhana. Nascido em 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile, Ricardo Eliécer Neftali Reyes era filho de um ferroviário e de uma professora, ficando órfão de mãe logo ao nascer. Passou a infância em Temuco, no sul do país. Com sete anos ingressa no Liceu, e ainda na época escolar publica seus primeiros poemas no periódico A Manhã.

Em 1919, Neruda obteve o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule, com o poema “Noturno Ideal”. Ainda na adolescência, adotou o nome de Pablo Neruda, inspirado no escritor tcheco Jan Neruda. Em 1920, começa a escrever para a revista literária “Selva Austral”, já usando o pseudônimo.

Em 1921, Neruda muda-se para Santiago, onde ingressa no curso de francês no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile. Nesse mesmo ano, ganha o prêmio da Festa da Primavera com o poema “A Canção da Festa”. Em 1923, reúne seus poemas em “Crepusculario”. Em 1924 publica “Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada”, a obra, repleta de lirismo, que faz de Neruda um dos mais famosos poetas chilenos.

Em 1927, Neruda inicia a carreira diplomática, após ser nomeado cônsul-geral do Chile em Rangum (hoje Yangon), na Birmânia (hoje Myanmar). Durante os cinco anos seguintes representou seu país no Sri Lanka, Java e Cingapura. Em 1933, escreve uma de suas principais obras, “Residencia em la Tierra”, em que emprega imagens e recursos próprios do surrealismo. O tom do livro é de profundo pessimismo em torno de temas como ruína, desintegração e morte, exprimindo a visão de um mundo caótico.

Depois de breve estada em Buenos Aires, onde conhece o poeta Federico Garcia Lorca, Neruda serviu como cônsul na Espanha, primeiro em Barcelona e depois em Madri. A Guerra Civil Espanhola, lhe inspirou a obra “España em el Corazón” (1937), e determinou uma mudança na atitude do poeta, que aderiu ao marxismo e decidiu consagrar sua vida e obra em defesa dos ideais políticos e sociais inspirados no comunismo.

Frase do poeta Neruda reproduzida através de pichação em Feira de Santana/BA

Em 1938, Neruda retorna ao Chile. Depois de breve período como embaixador no México, em 1945, foi eleito senador pelo Partido Comunista. Em 1948, o governo decreta a ilegalidade do partido. Neruda critica o tratamento dado aos trabalhadores das minas, na presidência do Gonzáles Videla, é perseguido e se exila na Europa, inclusive na União Soviética. Nessa época, escreveu outra de suas grandes obras, “Canto General” (1950).

Em 1952, quando o governo chileno restabeleceu as liberdades políticas, Neruda regressa ao país e fixa residência em Isla Negra, no Pacífico. Nessa época, sua obra adquiriu grande diversidade com a publicação de “Odas Elementales” (1954), onde canta a vida cotidiana, com “Cien Sonetos de Amor” (1959) e “Memorial de Isla Negra” (1964) onde evoca o amor e a nostalgia do passado. Em “A Espada Incendiada” (1970) o autor reafirmava seu compromisso com a ideologia político-social.

Em 1971, Pablo Neruda foi nomeado embaixador do Chile em Paris. Foi também neste ano que ele recebeu o Premio Nobel de Literatura. Em 1972, já doente, retorna para Santiago, onde segue apoiando o então presidente Salvador Allende, derrubado em 1973, por um golpe militar que instala uma ditadura militar no Chile. Passado 12 dias do golpe, Pablo Neruda morre em Santiago, vítima de câncer de próstata.

Fotos: Reprodução/Wikipédia

Fonte: E-Biografia

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