No Dia de Hoje – 3 de janeiro

Qasem Soleimani (à esquerda) e Abu Mahdi al-Muhandis estavam entre os mortos em ataque (Foto: Reprodução/Fars Media Corporation)

No dia 3 de janeiro de 2020, as forças dos Estados Unidos lançaram um ataque aéreo contra um comboio que viajava perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, que transportava vários passageiros, incluindo o general iraniano Qasem Soleimani e o comandante iraquiano Abu Mahdi al-Muhandis.

Vários mísseis teriam atingido o comboio, e pelo menos oito pessoas foram mortas. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos emitiu uma declaração dizendo que o ataque dos EUA foi realizado “sob a direção do presidente”. O corpo de Soleimani foi identificado através de um anel que ele usava, com uma confirmação via DNA vindo depois.

A morte de Soleimani teve o potencial de aumentar as tensões entre EUA e Irã. Um porta-voz do governo iraniano disse que o principal órgão de segurança do país realizaria uma reunião extraordinária em breve para discutir o “ato criminoso de ataque”. Na sequência do ataque, “Terceira Guerra Mundial” tornou-se um dos assuntos do momento no Twitter.

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declarou três dias de luto nacional, e prometeu “vingança dura”. O presidente Hassan Rohani também declarou que o Irã “irá se vingar.” O ex-comandante do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica Mohsen Rezaee declarou que “[Soleimani] se juntou aos seus irmãos mártires, mas que nos vingaremos vigorosamente da América”.

O Ministro das Relações Exteriores Mohammad Javad Zarif postou no Twitter que o ataque foi “uma escalada extremamente perigosa e tola” e divulgou uma declaração dizendo que “a brutalidade e estupidez das forças terroristas americanas no assassinato do Comandante Soleimani… sem dúvida tornará a árvore da resistência na região e no mundo mais próspera”.

Em 8 de janeiro, cinco dias após o ataque americano, o Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica lançou dúzias de mísseis contra a Base aérea de Al Asad, uma das principais instalações militares americanas no Iraque. Este ataque teria sido uma retaliação pela morte do general Soleimani.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tuitou uma imagem da bandeira dos Estados Unidos depois que a notícia foi divulgada com os preços globais do petróleo subindo mais de 4% após a greve. A embaixada americana em Bagdá, imediatamente após o ataque, alertou seus cidadãos a abandonar o Iraque. No dia seguinte ao ataque, também foi reportado maciças movimentações nas bases militares americanas pelo Oriente Médio.

A reação política nos Estados Unidos caiu em linhas partidárias, com os Republicanos apoiando o presidente e os Democratas se opondo à ação americana em Bagdá. O senador Rand Paul (R-Ky.) foi uma das poucas vozes conservadoras nos Estados Unidos a condenar o ataque, afirmando que isso aumentaria as tensões entre os dois países.

No Iraque, o primeiro-ministro cessante Adil Abdul-Mahdi condenou o ataque, chamando-o de assassinato e afirmando que o ataque foi um ato de agressão e uma violação da soberania iraquiana que levaria a uma guerra no Iraque. Ele disse que o ataque violou o acordo sobre a presença de forças dos EUA no Iraque e que as salvaguardas para a segurança e soberania do Iraque deveriam ser cumpridas com a legislação. Moqtada al-Sadr, líder do movimento sadrista e da milícia Brigadas da Paz, ordenou na ocasião aos seus seguidores que “se preparem para defender o Iraque”.

Até o então presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, falou sobre a posição do governo: “Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar neste momento. Se tivesse, eu opinaria”. Mas numa entrevista no “Brasil Urgente” com o jornalista José Luiz Datena, ele disse que uma guerra entre os dois países seria “o fim da humanidade” e assumiu uma posição de distanciamento do Presidente dos EUA. Posteriormente o Itamaraty, através de comunicado, assumiu apoio “à luta contra o flagelo do terrorismo”.

Fonte: Wikipedia

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