Quando uma pessoa sente raiva

Quando uma pessoa sente raiva, tudo em seu caminho corre o risco de ser devastado e aniquilado. A raiva é um sentimento destruidor que cega e causa muitos prejuízos por onde se estende. Extremamente doloroso tanto para quem sente para quem é alvo, os acessos são irracionais e desmedidos. Entretanto, o que não se considera é que, na esmagadora maioria das vezes, a raiva demonstra que a pessoa que sente encontra-se indefesa e sem poder. Dessa forma, a raiva passa a se tornar uma fortaleza que transforma em um escudo de defesa possível para o enfrentamento de uma situação assustadora.

Não é difícil ler que a tentativa de querer provar de quem foi a culpa ou jurar vingança não passa de reverberações por situações de frustrações que ocasionaram desamparo e desespero. Um animal ameaçado ataca e o mesmo acontece com o ser humano. A raiva cega e por isso parece gerar uma coragem que pode ser vista como muito além das forças de quem sente. Tão intensa e tão compulsiva que quase sempre se transforma em violência. À primeira vista, essa raiva parece impulsioná-la de tal forma que o medo parece não existir. Mas tanto ele existe quando é grande e apavorador. É um medo que provém da percepção de que não se pode controlar. Há a dor e soterrado pela dor, o medo.

Podemos pesar que a raiva é a dor que foi reprimida? Sim, podemos. Mas devemos lembrar de que a dor não desaparece com acessos de raiva, muito pelo contrário. A dor pode crescer e muito pela expressão da raiva e por toda consequência que ela pode gerar. Quanto mais a dor é negada, maior será a raiva. Ao buscar a causa da dor, consegue-se pensar sobre a raiva e ela, aos poucos, vai enfraquecendo, uma vez que a raiva é a fuga dos próprios sentimentos que não ousamos enfrentar: a impotência, a perda do poder e do controle.

Pensar sobre o que sentimos e porque sentimos é a melhor maneira de nos conhecermos. E é através dessa dinâmica do autoconhecimento que podemos tentar racionalizar nossas atitudes e com isso entender que muitas vezes nossos sentimentos advêm de um lugar sombrio e sem acesso e m um primeiro momento. Ao menos para quem nunca esmiuçou o caminhar.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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