Uma ajuda para começar a entender a ‘casa de mãe Joana’ em que se transformou o cenário político brasileiro

Uma ajuda para começar a entender a ‘casa de mãe Joana’ em que se transformou o cenário político brasileiro

Com toda certeza, tem muita gente por aí que não está entendendo nada sobre o que está acontecendo na política do país. É Temer já questionando a concessão da Globo (parece inacreditável, mas é verdade), é Moro, que até outro dia era herói, mas que depois de tantas fotos aos abraços com Aécio e após libertar a mulher de Cunha, já mostra seus frágeis pés de barro e são tantas outras maracutaias vindo à tona, numa dinâmica de tiros trocados entre antigos aliados que fica realmente difícil para o cidadão simples entender. Principalmente aquele que acredita que se informa pelos noticiários das TVs e dos grandes jornais tradicionais. A edição digital do ‘Le Monde Diplomatique –  Brasil’ do dia 24 passado, traz uma matéria assinada pelo jornalista Maurício Abdalla, levantando 13 pontos que, ajudam a entender um pouco essa barafunda toda. Confiram:

1 – O foco do poder não está na política, mas na economia. Quem comanda a sociedade é o complexo financeiro-empresarial com dimensões globais e conformações específicas locais.

2 – Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder.

3 – O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa com aparência de realidade para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.

4 – Os grandes meios de comunicação não se constituem mais em órgãos de “imprensa”, ou seja, instituições autônomas, cujo objeto é a notícia, e que podem ser independentes ou, eventualmente, compradas ou cooptadas por interesses. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos que também compõem o complexo financeiro-empresarial que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião.

5 – Os donos do poder não apóiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.

6 – O complexo financeiro-empresarial global pode apostar ora em Lula, ora em um político do PSDB, ora em Temer, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer um desses de acordo com sua conveniência.

7 – Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.

8 – O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.

9 – Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa: eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais para o serviço da dívida, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.

10 – Se a conjuntura indicar que Temer não é o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobre o destino de seu país.

11 – Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo financeiro-empresarial (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.

12 – A queda de Temer pode ser uma coisa boa. Mas é um movimento tático em uma estratégia mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que virá depois.

13 – Lembremo-nos: eles são mais espertos. Por isso estão no poder.

TRIPA
* Que for ao Rio neste domingo, tem um programão que vai rolar na praia de Copacabana, na altura da Siqueira Campos. É um encontro para marcar a luta pela retomada da democracia. Presenças de Caetano Veloso, Criolo, Mano Brown, Pedro Luis, Teresa Cristina, Otto, Martinália, Maria Gadu, entre outros artistas e convidados.
#TodosPelaDemocracia #Diretas-já!#ForaTemer

* No Espaço ‘Z’ está rolando uma exposição de art pop muito legal. Com artistas dos municípios da nossa região. Vale conferir.

ANIVERSÁRIOS
Dia 20 mudaram de idade o americano Zequinha Campanário e o vascaíno Zé Carlos Mathias. Dia 21, a Bia Peace e Soraia de Castro inauguraram idade nova. Dia 22, soprou velinhas o Tiago Ribeiro. Dia 23 receberam os ‘parabéns’ a Elisa Fernandes, a Livia Gil e o Tuninho, da Câmara. Dia 25, comemoram mais um ano o Chocolate da Rádio Resende, o Jeferson Machado e a Dany Lima. Dia 26, ficaram mais experientes o Luiz Carlos Coutinho, Alexandre Rezende, Marcelo Celão e a Denise Assis. E nesse dia 27 contou mais um ano de vida a Marialva Andrade. Parabéns e todas as felicidades do mundo a eles.

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