CARTAS E EMAILS

Está chegando ao fim a segunda parte da crônica de uma morte anunciada: a Pavimentação de Visconde de Mauá e seus arredores. O que poderia ser uma conquista da natureza e do turismo, se transforma em um momento de luto, anunciado pela degradação futura que teremos na região.
Vamos fazer um retrospecto pro turista de primeira viagem entender a situação:
Moradores mais conscientes sempre produziram uma resistência ao asfaltamento, ficou clássico nas décadas passadas pessoas variadas que repetiam o bordão ASFALTO NÃO FAZ FALTA. De outro lado, comerciantes gananciosos, ingênuos ou buchas-de-canhão sonhavam com o asfaltamento. Os gananciosos são os que compraram terras baratas e querem o asfalto para vender suas propriedades mais caro e se mudar. Os ingênuos são os que sofreram diminuição em seus lucros pela sazonalidade turística (nas décadas de 70 e 80 o turismo foi muito intenso) e não souberam se adequar, e ficam iludidos com o aumento de fluxo que o asfaltamento pode trazer. Os buchas-de-canhão são os que reproduzem as falsas informações produzidas pelas diretorias das associações comerciais e de moradores. Pois é prática da máfia produzir reuniões secretas entre os mandatários, pra produzir ilusões em seus subordinados, por exemplo, neste ano saiu um manifesto mentiroso de 4 associações da região, texto produzido por uma minoria de trambiqueiros pagos pela máfia do asfalto, que possuem meios pra espalhar suas inverdades (mural cipó, lista de e-mails dos comerciantes da região – feita pelo SEBRAE, contatos de amigos que estão nos cargos públicos e que são “pagos” por refeições e hospedagem de luxo, controle das associações…).
Com essa prática, fizeram um asfaltamento irregular e incompetente da RJ-163 (Capelinha-Visconde de Mauá). Porque incompetente? Começou com um estudo mal feito, produzido por empresa do Paraná, que produziu através de informações de internet (sem estudo in loco) um EIA-RIMA incompleto. Nunca foi feito um estudo de impacto ambiental entre a Ponte dos Cachorros e Visconde de Mauá, bem como entre Maringá e Maromba. Mas como o DER é especialista em crimes ambientais, não está nem aí, vai asfaltar esse pedaço da APA da Mantiqueira de forma inconstitucional mesmo, pois quem deveria zelar pela legalidade da construção, que são os moradores e comerciantes, se submete aos diretores de suas associações, que são trambiqueiros e pertencem a máfia do asfalto (tudo isso foi documentado no DVD TV Maromba #0 que pode ser assistido por inteiro na internet). Assim, nos verões acontecem desbarrancamentos fruto de uma obra que foi feita, mas os transtornos continuam, pois cortaram a montanha muito mais que o necessário. Não usaram asfalto-ecológico como prometido, apesar de já estar sendo usado em outros locais do Estado, e o que é pior, nunca justificaram isso e nem as associações NUNCA cobraram isso do governo. Enfim, prometeram a PRIMEIRA estrada-parque do Rio de Janeiro, e não fizeram. Fizeram uma RODOVIA de 2ª classe, mas os gananciosos e os ingênuos bucha-de-canhão aplaudem e dizem que a rodovia é uma maravilhosa estrada-parque…. Só rindo mesmo dessa desgraça…
A ASSOMAR (associação de moradores) usou de violência física em 28 de junho de 2012 pra intimidar pessoas que defendem pavimentação com bloquetes na região, pois tentaram acertar a minha cabeça com um pedaço de madeira que sustentava a faixa da ASSOMAR, e essa nunca se desculpou sobre o ocorrido, muito pelo contrário, dizem que foi uma manifestação pacífica. O que no mínimo gera uma jurisprudência local: se futuramente os diretores dessas associações receberem uma paulada na cabeça isso pode ser considerado pacífico na visão deles. As fotos e vídeos dessa violência impune estão na internet.
Esse passado (2012) continua vivo em 2013. Vejam a mentira divulgada em forma de manifesto a ser mandada para o governo:
“Aproveitamos o ensejo pra manifestar nosso repúdio a estratégia de um pequeno grupo não representativo de pessoas, que não satisfeitas em tentar judicialmente embargar essas obras, (…) vem agora (…) apresentar abaixos-assinados virtuais (com maioria absoluta de assinaturas de pessoas que nem moram aqui) (…) pleiteando bloquetes. Lembramos que esse é o mesmo grupo que fez a campanha “asfalto não faz falta” (…) pois sempre foram contra qualquer tipo de pavimentação nas estradas de Visconde de Mauá.” (para saber mais acesse o link bit.ly/UzbJ9A)
É muita mentira num parágrafo só, mas vamos lá:
Não existe um “grupo” de pessoas. O único grupo-de-pessoas-não-representativo são os quatro que assinaram esse manifesto, e vou provar isso.
Quem entrou com o pedido pro Ministério Público (parte do judiciário menos corrupta do Brasil que representa a população) investigar a situação da falsa estrada-parque (RJ-163 e RJ-151) foi UMA PESSOA (não um grupo) e o MP ao analisar as provas emitidas por órgãos governamentais como APA da Mantiqueira, ParNa Itatiaia e ICMBio resolveu entrar com um processo contra o DER e INEA para eles AJUSTAREM SUA CONDUTA e fazerem o que foi prometido e projetado, uma estrada-parque.
Quem foi responsável pela paralisação das obras na RJ-151 foi o DER e o INEA, que em vez de aceitarem o pedido do MP para transformar a RJ-151 em estrada-parque, preferiram contar com a máfia do asfalto local e sua capacidade de manipular as associações locais (como já tinha ocorrido em 2009 com o desmantelamento do Conselho Gestor que iria fiscalizar a obra – a confissão de diretor da MAUATUR contando isso saiu na imprensa e internet) para fazer com que o JUIZ fosse enganado nas informações e servisse de bucha de canhão em prol dessa máfia.
Assim, colocaram o sub-secretário do meio ambiente na Globo pra dizer que estava resolvido o esgoto em Visconde de Mauá, afirmando que o rio está limpo (mentira grossa que 6 meses depois, em dez.2012 a Prefeitura de Itatiaia desmente o fato), contrataram peritos de fachada pra avalizar nada tecnicamente que a obra deve continuar, e o Juiz dá o parecer óbvio, de que a obra deve continuar. Coisa que todos querem, inclusive quem entrou com o pedido pro MP. Todos querem a pavimentação, só que a maioria quer bloquetes e a minoria (diretores das associações) querem asfalto.
Enfim, se repete a política clássica do DER, vencer pelo cansaço: antes, quando a campanha asfalto não faz falta era unanimidade na região, o DER usou da política de ora boicotar a manutenção de estrada de terra e ora jogar veneno (escória em vez de brita) pra fazer a reparação dos buracos, isso fez com que os participantes daquela campanha desistissem; agora usaram da mesma política por 8 meses, associados às mentiras das associações, pra conseguir a aprovação de uma obra irregular por parte da justiça fluminense (que deveria estar na justiça federal).
Publiquei no TV Maromba #0 um depoimento de pessoa que era da campanha asfalto não faz falta, e esta já aderiu ao asfaltamento (talvez por cair no falso argumento de que bloquete não se adequa as intempéries do local – argumento da máfia do asfalto pra dizer que aqui só é possível colocar asfalto). E, que eu saiba, quem entrou com o pedido do MP não era da campanha, assim como eu, que criei em 2010 a Campanha por Bloquetes, nunca fui da campanha asfalto não faz falta.
Abaixo-assinado virtual?? Eu criei um abaixo-assinado virtual para que COMPLETEM O SANEAMENTO da região, pois não há tratamento do lado mineiro, e diversos pontos do rio Preto estão ficando insalubres, devido a excesso de coliformes fecais (merda). Dados do INEA provam que, por exemplo, a Piscina Natural de Maringá está contaminada, e se não for feito um saneamento completo, Visconde de Mauá começará a perder o turismo. O Abaixo-assinado pró Bloquetes não só NÃO É VIRTUAL, como já passou das 1000 assinaturas (sem falar que pra uma região turística é fundamental saber e respeitar a opinião dos visitantes, que não moram aqui – o que mostra como essas associações estão indo contra o turismo, ou seja, fazendo sua própria forca), enquanto que a máfia do asfalto divulga um abaixo-assinado ANTIGO que pedia a PAVIMENTAÇÃO (com bloquetes inclusive) como se fosse um abaixo-assinado pró asfalto, esses caras são cara-de-pau mesmo…
Enfim, são tantas mentiras que fico por aqui.
Hoje, carnaval de 2013
Segundo o jornal BEIRA-RIO, o DER anunciou que irá começar depois do carnaval o asfaltamento da RJ-151 com asfalto-ecológico. Quem viver verá…
Reproduzo em anexo um texto do Joaquim Moura e outro do Leo Gatti, ambos publicados no site amigos de mauá, sobre a pavimentação para quem quiser refletir…
Minha especulação é que a médio prazo, todos os terrenos a margem do asfalto irão desvalorizar comercialmente, após um valorizar momentâneo da pavimentação. Os mafiosos já se prepararam e ou tem terreno em locais ainda sem previsão de pavimentação, ou irão se mudar de região turística (como os que acabaram com Campos do Jordão e vieram pra cá, daqui a pouco como pragas, irão destruir outra região e ganhar financeiramente com isso).
Se fosse com bloquetes (COISA AINDA POSSÍVEL, já que a escolha do tipo de revestimento é a última etapa de uma obra) toda a região se beneficiaria com uma valorização imobiliária, ecológica e turística; mas as cartas estão marcadas nesse jogo. Não acredito no DER, não acredito no INEA e muito menos na ASSOMAR, ACVM, AMAMAUA e MAUATUR. Estes venceram e Visconde de Mauá perdeu, estamos de luto.
Desisto do assunto pavimentação, sonho que entre Maringá e Maromba e nos vales vença o bom senso e coloquem Bloquetes, mas me afasto dessa discussão e volto minha energia somente a meus projetos culturais e educacionais. Nunca fui ambientalista (muito pelo contrário, em vez da ecologia ambiental, estudo e trabalho com a ecologia social e subjetiva, a meu ver prioritárias), e foi por meus caminhos de editor alternativo que descobri que a grande maioria quer os bloquetes, tenho assinaturas e posso comprovar isso se necessário.
Enfim, com o asfaltamento, Visconde de Mauá deixa de ser CAMPO e passa a ser CIDADE. Vamos ver como as coisas irão mudar, quem irá se adequar e quais turistas irão voltar.
Rui Takeguma
Poção de 7m da Maromba
OBSERVAÇÃO – NESTE LINK (antes da MAUATUR se infiltrar e corromper a ASSOMAR), a explicação da ASSOMAR de porque devemos usar BLOQUETES em Mauá : link http://bit.ly/YanVsl

Agradeça pela vida!
Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades  que temos de ser e de fazer os outros felizes. Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, mesmo ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranquilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar. A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros. Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos. Perdemos dias, às vezes anos. Nos calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio. Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação. Não damos um beijo carinhoso “porque não estamos acostumados com isso” e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente. Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos. Nos consumimos. Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente. E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos? Isso faria uma grande diferença! E o tempo passa… Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa. Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. E então nos perguntamos: e agora?!
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos. Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso. Não olhe para trás. O que passou, passou. O que perdemos, perdemos. Olhe para frente! Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de voltar-se para dentro e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós.
Autor desconhecido
enviado por Nei Dibo