Algumas coisas ditas chegaram no campo do absurdo, da esquizofrenia mesmo. Um dia, analisando o comportamento de alguns conhecidos, me surpreendi ao constatar como corremos riscos ao conviver com algumas pessoas sem a menor noção da boa e educada convivência; muitas pessoas revelaram-se completamente desequilibradas. Raivosas e levianas. Sim, a palavra tão usada por Aécio Neves ao se referir às mulheres candidatas que lhe perguntavam o que chegou à público em decorrência de sua vida pública e amplamente divulgado pela mídia, como a denúncia do jornal Folha de São Paulo sobre o aeroporto em terras de parentes e olha que a mídia blindou o candidato de fatos que ocorreram com ele no Rio de Janeiro onde foi flagrado algumas vezes embriagado como se pode conferir tranquilamente nas redes sociais e youtube, assim como o helicóptero do amigo senador, cheio de cocaína apreendido pela Polícia Federal, nem próximo de terras do tal aeroporto e outras coisas, que muitos eleitores de Aécio consideraram menor: como dirigir com carteira vencida e ter carteira de Polícia sem pertencer a qualquer unidade policial.
Todos estes fatos mostram a total dissonância entre as exigências de mudanças “morais” tão propagadas pelos eleitores que repetiam o mantra “mudança já” 45 vezes pela manhã, 45 à tarde e 45 à noite, na tentativa de convencer eles próprios, mas algo saiu errado e no meio do caminho revelaram-se a repulsa, a demonização, o ódio por pessoas e um partido. Lamentável.
Muita bobagem foi dita, muitas ofensas e diretas tão ácidas foram jogadas, principalmente nas redes sociais, que corroeram o respeito mínimo e a boa educação que as pessoas devem ter umas pelas outras. Imagens ofensivas, montagens, preconceitos e intolerâncias foram marcas registradas dessa campanha. Claro que muita coisa feia se viu dos dois lados, me desagradou muito ver a imagem do Aécio Neves com um nariz cujas narinas pareciam os buracos do metrô de São Paulo numa alusão a sua possível dependência de cocaína. Aliás, todas as referências exageradamente jocosas relacionadas à dependência de álcool e outras drogas considero deprimente, seja de que lado estiverem.
Talvez meu senso parcial tenha considerado desequilibrado esse festival de bobagens, mas talvez não, principalmente se levar em consideração as vezes que acreditei valer à pena debater temas que foram distorcidos ou aqueles que queriam apenas os tais 15 minutos de destaque, ou seja, o espetáculo. Eu não vou esquecer as ofensas que recebi porque não considero as pessoas – as que conheço, é claro -, que as fizeram desinformadas. Sei que fizeram na certeza do “vale tudo” ou do “tudo ou nada” eleitoral. A maior prova disso, é que mesmo passada a eleição, o desrespeito continua com a presidenta Dilma Rousseff, Lula, PT e cia. Ninguém é obrigado a gostar de uma pessoa, partido ou seja lá o que for, mas vamos combinar, que esta eleição revelou o lado Mainard de muita gente de ser. Faltaram civilidade e brasilidade. Simples assim.
Esse clima de “sangue nos olhos” que dominou o país nesses dias de campanha, na minha opinião, traz um dezembro diferente, mais transparente com menos hipocrisias, menos pessoas falando em solidariedade aos pobres, carentes, nordestinos ou necessitados, afinal essa justificativa da naturalização das desigualdades sociais só ratifica essas desigualdades que tantas pessoas fazem de questão de manter.
Penso que o governo Dilma, além da continuidade da transparência dos fatos, em especial aqueles que dizem respeito a desvios de conduta e corrupção terá daqui pra frente um desafio muito maior, que é dar mais dignidade ao brasileiro que começou a ter acesso aos serviços e às oportunidades desse país nos últimos dez anos. Há muito o que fazer, seja na Educação, na Saúde, na Cultura e na Economia do país. Eu vou participar. Vou tentar colaborar, ainda que de forma tímida, por aqui mesmo, no partido que faço parte. No PT. Sim, o partido da presidenta Dilma, do Lula e que tem em sua substância a prioridade para o trabalhador brasileiro. O PT em Resende tem que sair da toca, estar nas ruas permanentemente e não apenas em período eleitoral. Precisa ampliar a formação políticas de seus integrantes. Oxigenar suas coordenações sem perder as diretrizes partidárias e o compromisso com a coletividade. E quer saber… eu vou à luta companheiro!
Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

