Nas eleições deste domingo, dia 2, cerca de 92 mil eleitores votarão nos candidatos a prefeito e vereador somente em Resende segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral do Rio de Janeiro (TSE). E aproveitando esse dia, que marca o compromisso com a democracia em todo o Brasil, o jornal BEIRA-RIO foi às ruas para saber a opinião de alguns desses eleitores.
A maioria optou por exercer esse ato de cidadania nas primeiras horas da manhã. Exatamente o que fez a vendedora Geni Costa (acima, à esquerda, ao lado da mãe Maria Helena). “Os candidatos nos quais votei têm que fazer o melhor pela cidade, como por exemplo fiscalizar esses horários dos transportes. Eu estou aqui no ponto esperando o ônibus há meia hora (desde 11h15, já que foi entrevistada depois das 11h30, no ponto final de ônibus do Centro), o problema é que na hora do voto o povo nem sempre ajuda muito”, reclama a vendedora, que votou no Centro e aguardava condução do Paraíso ou São Caetano para visitar um amigo.
A fiscalização dos transportes também não deixa de ser preocupação para os industriários Renato Franceschini e Samuel Silva, que também votaram na parte da manhã no Centro e Paraíso, respectivamente. Enquanto conversavam no Calçadão, o assunto era exatamente sobre a responsabilidade dos novos eleitos.
“A gente estava conversando agora há pouco e questionando o preparo desses candidatos para o exercício dos cargos aos quais estão concorrendo, pois onde eu trabalho a gente tem que estar preparado para exercer nossas funções e pra isso tem toda uma preparação, mas eu não vejo esses candidatos terem preparo para o exercício dos cargos, são pessoas comuns que muitas vezes não possuem experiência no ramo e não conseguem, por exemplo, fiscalizar ou fazer algo pra melhorar o sistema de transporte da nossa cidade”, opina Samuel.
O colega fala da expectativa que tem com as eleições. “Desses candidatos eu espero honestidade, e que cumpram o que foi prometido durante a campanha, da mesma forma que um trabalhador comum tem que cumprir com a sua obrigação”, responde Renato.
Samuel defende uma melhor organização no sistema de definição dos candidatos no Brasil. “Nos Estados Unidos, eles têm apenas dois partidos oficiais (fora os independentes), que escolhem seus representantes entre os filiados e só depois eles se enfrentam nas urnas, e lá as pessoas votam de forma consciente, diferente do que acontece por aqui”.
Outro eleitor, devido a compromissos profissionais, deixou para exercer sua cidadania na parte da tarde. É o caso do feirante Vladimir Lima (foto ao lado), que pela manhã trabalhou na Feira Livre da Praça do Trenzinho, no Campos Elíseos. Ele, que vota na Fazenda da Barra II, também aproveita para opinar a favor da obrigatoriedade do voto no Brasil. “Existem países onde as pessoas são compromissadas com o voto, mas aqui no Brasil os eleitores não possuem essa mesma consciência, e por isso sou a favor do Brasil continuar com o voto obrigatório. Se não fosse, haveria uma forte abstenção, em torno de 80%”, estima.
Ele acredita que dessa forma, o descontentamento com os candidatos seria justificável. “O eleitor que se abstém de votar não participa da escolha dos candidatos, e aí não adianta reclamar deles depois porque ele não cumpriu com sua missão democrática. Por isso a obrigatoriedade do voto para o Brasil tem que continuar”.
CONFIANÇA NO CANDIDATO
Outro eleitor, o pedreiro Antônio Moraes (à direita, ao lado da mulher Márcia), que votou pela manhã no bairro Santa Cecília e aproveitou para dar uma volta na feira, falou sobre a confiança depositada em um dos candidatos que escolheu. “Acredito que o meu candidato pode melhorar a situação de Resende”, diz.
Ainda assim, ele cita a desconfiança por parte de outros eleitores. “Muitas pessoas estão comparecendo às urnas para votar simplesmente para cumprir com a obrigatoriedade e não por uma escolha consciente. É por isso que espero que os candidatos passem a ter honestidade e combatam a corrupção que vem acontecendo constantemente”, completa.
