Papa aceita renúncia de arcebispo acusado de pedofilia

arcebispo1A Arquidiocese da Paraíba tem novo administrador a partir desta quarta-feira, dia 6, segundo informou no início da manhã a Pastoral da Comunicação diocesana. O arcebispo Dom Aldo di Cillo Pagotto (foto) apresentou carta de renúncia, que foi aceita pela Congregação para os Bispos. A agência de notícias AFP, ao noticiar a renúncia de Dom Aldo nesta manhã, cita a imprensa italiana, que destaca o fato de que “o religioso de 66 anos é suspeito de ter abrigado em sua diocese padres e seminaristas acusados de abusar sexualmente de menores e expulsos por outros bispos”.

Em sua carta de renúncia, Dom Aldo afirma que cometeu erros “por confiar demais, numa ingênua misericórdia”. “Acolhi padres e seminaristas, no intuito de lhes oferecer novas chances na vida. Entre outros, alguns egressos, posteriormente suspeitos de cometer graves defecções, contrárias à idoneidade exigida no sagrado ministério”, destaca.

A AFP também destaca que, depois de uma investigação ter sido iniciada em 2015, Dom Aldo recebeu a determinação de não ordenar padres ou receber novos seminaristas, e que o arcebispo estaria mantendo um suposto relacionamento com um rapaz de 18 anos.

O decreto do Papa sobre a renúncia tem a data desta quarta-feira e foi assinado pelo Prefeito da Congregação, Cardeal Marcus Ouellet, e pelo Secretário da mesma Congregação, Ilson de Jesus Montanari, no Palácio da Congregação para os Bispos, em Roma. Ao aceitar a renúncia de Dom Aldo, Papa Francisco nomeou Dom Genival Saraiva de França como Administrador Apostólico da Arquidiocese até que um novo arcebispo seja nomeado.

No documento em que o Papa Francisco aceita a renúncia de Dom Aldo, o pontífice cita o págrafo 2º do artigo 401 do Código de Direito Canônico como motivação para o afastamento. Este artigo diz que “o Bispo diocesano que por doença ou por outra causa grave se tiver tornado menos capacitado para cumprir seu ofício é vivamente solicitado a apresentar a renúncia do ofício”.

O Papa Francisco decidiu no início de junho pressionar a hierarquia católica a abrir caminho para o afastamento de padres culpados por negligência envolvendo casos de pedofilia dentro da Igreja. Francisco criou uma instância judiciária para julgar os padres pedófilos e instituiu uma comissão internacional de especialistas encarregados de propor medidas de prevenção desses casos.

Foto: Thiago Leon/Santuário de Aparecida

Fonte: G1

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