QUEM PENSA? Caos no Brasil. Só tem uma saída!

Com o cerco apertando cada vez mais para o Governo Federal nas últimas semanas, uma coisa é certa: a crise econômica chegou de vez ao nosso país e tem mudado os planos do Poder Executivo em relação à manutenção de benefícios conquistados nos últimos 12 anos, o que vem fazendo a popularidade da presidente Dilma Rousseff cair a cada dia, e chegando ao pior índice já apontado por uma pesquisa de opinião no Brasil (fora os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobrás).

Infelizmente, não se pode esconder que o Governo Dilma de fato errou (assim como o anterior também) em não ter tomado outras medidas que evitassem um impacto maior com a chegada da crise econômica. Algo que já vem assolando também outros países ao redor do mundo já há algum tempo. Mas no caso do Brasil, a coisa não parece ser tão simples assim. Como se não bastasse a tal crise, nossos políticos de todas as esferas pouco ou nada fazem para solucionar o problema no país.

Isso não é nenhuma novidade, se tratando de Brasil, um país que conta com um dos índices mais vergonhosos de corrupção não apenas na política, mas na cultura em geral. E é essa mesma cultura, tanto de políticos quanto de parte da população que pensa da mesma forma que estes e ainda influenciam os ignorantes, vem se aproveitando do momento, se utilizando de um escândalo de corrupção que assola a maior empresa estatal brasileira para atacar o governo de forma unilateral, como se o problema só estivesse acontecendo agora.

Para muitas dessas pessoas, existe a ilusão de que manifestações em prol do impeachment da presidente ou de um novo golpe militar, ocorridas nos meses de março, junho e agosto deste ano será a solução maior para todos os problemas enfrentados no Brasil. Isso, no entanto, não reflete o pensamento daquele trabalhador que precisa levantar cedo diariamente, pegar o ônibus ou o metrô (sendo que no caso de cidades metropolitanas perde-se horas no trânsito para chegar ao trabalho), que sonha com uma vida mais digna para a família, sem preconceitos, exclusão ou violência.

A voz das ruas em 2015 reflete apenas a opinião de alguns grupos descontentes com as conquistas obtidas por esses trabalhadores, especialmente nos últimos 12 anos, período em que os governos de Lula e Dilma promoveram uma série de benefícios, ainda que o problema da corrupção jamais tenha sido solucionado de forma transparente no país. São pessoas que tinham privilégios em outros períodos políticos, e só pensam no impeachment ou na ditadura para voltarem a esses tempos áureos.

E esses mesmos grupos, muitos deles formados por empresários oligarcas (ruralistas ou não), militares e religiosos, geralmente conservadores, uma vez que consigam derrubar ou desequilibrar de fato o atual governo, e isso implique em novas eleições com um novo governo, não farão muito diferente do que hoje o governo da presidente Dilma está tentando fazer para evitar o colapso da economia brasileira (ou teoricamente poderiam piorar a situação do povo, retirando os pequenos benefícios conquistados e mantendo privilégios de poucos, prosseguindo com a corrupção).

O mais grave dessa história, no entanto, é que se por um lado o Executivo se esforça, ainda que muito criticado, aqueles que deveriam fiscalizar o governo na elaboração das leis conseguem tornar o cenário político e econômico do país ficar ainda pior, aprovando projetos e decretos que oneram ainda mais os cofres públicos e perpetuando a corrupção já existente. E isso também se repete afora com governos nas esferas Estadual e Municipal, que se encontram envolvidos igualmente em escândalos de corrupção, em alguns casos os mesmos esquemas encontrados no Governo Federal.

É claro que nos últimos anos, graças à aprovação da Lei de Transparência, ocorrida no ano de 2011, muitos casos de corrupção vieram à tona. Essa foi a maior conquista da democracia brasileira, ainda que de forma tardia, e de fato vem dando algum tipo de resultado, levando políticos e empresários envolvidos em vários esquemas para a cadeia, com grande repercussão no escândalo da Petrobrás.

Ainda sim, é um trabalho árduo que procuradores do Ministério Público Federal (MPF) lutam para sistematizar de forma mais eficaz com as chamadas “Dez Medidas”, um portal de combate à corrupção, mas que ainda depende diretamente das decisões dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, ainda contaminados pelo “vírus da roubalheira”.

Por esse motivo, não basta somente o MPF fazer a parte dele se nós brasileiros ficamos à margem de tudo isso, sendo influenciados por pessoas de má-fé, sejam elas políticas ou não. Todos nós podemos continuar colaborando, como já vem acontecendo em Resende, fazendo a nossa parte através de medidas populares, acessando bit.ly/1ExMmFr.

Ou nós, brasileiros, mudamos a nossa cultura de honestidade, e passamos a pressionar os Três Poderes para que funcionem de maneira eficaz, ou sempre estaremos sendo enganados em nosso dia-a-dia e perdendo de goleada no ranking da corrupção mundial, independente do grupo político que vier a governar nosso país.

Loliza Domingues
Editora Assistente do jornal BEIRA-RIO

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