QUEM PENSA? E não deu pra Ana Paula Rosa Rechuan!

A eleição do médico de Resende e ex-vereador Gláucio Julianelli (PSOL) para deputado estadual inicia um ciclo que integrantes da situação e da cúpula do governo municipal já consideravam superado. Uma nova possibilidade de ter mais uma força política no município que saiu das mãos de uma família e caiu nas mãos de uma confraria. Julianelli foi eleito por que é o contraponto do que está aí, e, ainda que não alcance todos os segmentos do “mundo” resendense ganha agora, o “mundo” estadual, ou seja, a possibilidade de realizar um trabalho para a região e todo o estado, o que com certeza, se bem trabalhado, poderá significa este alcance que fala na cidade que tem sido inundada por ameaças, cores e projetos de grupos sem qualquer interesse na área social.

A onda do rosa atingiu toda a cidade, inclusive no dia da eleição, quando as ruas ficaram imundas de papéis que estampavam o que um candidato com muito dinheiro e nenhum compromisso com as políticas públicas pode fazer. No caso, uma candidata, que aceitou o pedido do marido, acreditou em seus métodos, confiou no marketing pink que na verdade, na minha opinião, reforça desqualificações e preconceitos que tantos e tantas lutam para superar. Enfim, entrou sem qualquer expressão/propostas política e saiu sem graça. Na verdade, da mesma maneira que entrou: incipiente. E como um produto, cujo teste, tem que voltar para o planejamento.

Resende viveu os dias de “menininha” para associar quem sabe à “princesinha”, mas nem isso colou. Os votos, não foram poucos é verdade, foram conseguidos graças ao dinheiro e ao batalhão de cabos eleitorais; instrumento desigual numa corrida eleitoral. Um amigo meu sugeriu que o dinheiro gasto, nessa campanha, flagrantemente milionária fosse dividido igualmente entre os candidatos, aí sim seria constatada a força política de cada um.

Mas não deu Ana Paula “Rosa” Rechuan talvez pela própria concepção de fragilizar a mulher que precisa do homem e do discurso de família para conquistar eleitores. Resende ainda é uma cidade extremamente conservadora é verdade, mas não está numa redoma cujo mundo é o da Barbie. Resende sempre foi refém dessa política feudal, elitista, de herança familiar, as características do município ainda estão atreladas aos valores quatrocentões muito bem expressados nas comendas, medalhas e títulos que o Legislativo faz festa para distribuir e o Executivo se articula para ganhar, mas não é uma ilha. Tudo bem que o momento de representação “forasteira” porém legítima e necessária, foi decepcionante para a população, mas também não se quer mais repetições de prática e costumes da política empoeirada, ultrapassada e de compadres como ainda hoje notamos. Resende merece acordar de seu sonho de princesinha e subir no cavalo independente de ter ou não o príncipe.

O mote rosa não pegou principalmente, porque o momento foi protagonizado por três mulheres candidatas a presidente e cada uma com seu próprio brilho e claro, voz própria. A primeira dama foi durante a campanha, na minha opinião, apenas, a primeira dama. Faltou ser candidata. Agora, contam os bem informados, o marido vai articular, caso Pezão seja eleito, que a primeira dama, que ficou como quarta suplente, vire deputada e garanta o desdobramento, sabe-se lá, de uma nova dinastia que Resende ainda insiste em consagrar. Tá na hora da virada. Tá na hora da princesinha virar mulher. Virar rainha. Mas é preciso atentar que, com tantas demandas políticas não será cor ou sorrisos bonitos que vão proporcionar esse novo momento para a cidade.

Dr. Julianelli, deputado eleito, tem grandes chances de romper com este ciclo se conseguir fazer uma oposição qualificada e principalmente, estabelecer como prioridades de seu mandato as expectativas que foram depositadas no voto que o elegeu. Terá muito trabalho, até porque virou a pedra no sapato do poder que contou favas, mas que agora, com o pires que carrega numa das mãos, porque na outra vão as velas, só alguns grãos de feijão. Continuo torcendo para dr. Julianelli.

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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One thought on “QUEM PENSA? E não deu pra Ana Paula Rosa Rechuan!

  1. Ana Lucia,
    Excelente matéria, sem agressões mas colocando nossa Resende em um lugar correto.Vejo uma mudança no ar com o fim de alguns monopólios políticos chegando ao fim.Acredito que Resende esta acordando; com a migração de pessoas que vieram nos últimos 10 anos foi muito positivo, novos pensamentos, etc.
    Acredito muito em nossa região que tem uma qualidade de vida muito boa, só precisa acreditar.
    Mais uma vez meus parabéns pela matéria.

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