Boa noite Sra. Ana Lúcia,
Nos conhecemos no ultimo dia 13 de maio no interior do Hospital de Emergência, infelizmente em uma data e momento muito difícil para mim e minha família… Naquele início de tarde, minha filha deu entrada no Hospital após um grave acidente:
Minha filha tinha acabado de se acidentar de bicicleta nas proximidades do Colégio onde estuda no Monte Castelo, meu esposo chegou ao hospital de Emergência junto com a ambulância da Academia Militar tendo em vista que o acidente foi na Vila Militar e o primeiro socorro realizado pela equipe médica do local. Eu cheguei posteriormente, me apresentei na recepção como mãe da adolescente acidentada e a servidora me atendeu com toda presteza e carinho, me informou que meu esposo já estava lá dentro pronto socorro com ela, mas era para que eu aguardasse um pouco, pois ela iria solicitar para a ele que saísse para que eu o substituísse, pois bem…
Apesar de o momento ser delicado e eu estar completamente nervosa, eu a agradeci e aguardei em frente à mesa que fica no corredor com um funcionário que controla a entrada e a saída das pessoas. Naquele exato momento o servidor não estava no local, mesmo assim aguardei a chegada do meu esposo que veio acompanhado pela servidora da recepção para junto com ela adentrar a sala amarela do respectivo hospital, ao chegar ao “leito” onde estava minha filha assustada e toda machucada, fui abordada por uma senhora completamente fora de si, falando alto e perto de todos ali (profissionais e pacientes), ela dizia que eu tinha faltado com educação com o funcionário dela, então perguntei o que estava acontecendo, pois eu não estava entendendo nada…
Ela mais uma vez descontrolada repetiu que eu tinha faltado com a educação com o funcionário e que havia entrado sem autorização. Perguntei a ela se estava me chamando de mal educada, ela disse que não, fiz a pergunta novamente e mencionei que sua fala foi que eu havia faltado com educação com o funcionário e entrado sem autorização, tentei informá-la que eu havia solicitado e que estava acompanhada pela servidora da recepção, porém não me deixou completar a frase e se dirigia a mim com completa falta de respeito… Quando perguntei a ela seu nome na tentativa de tentar conduzir a situação de forma mais amigável me apresentando também a ela me disse que seu nome era Maria Tereza, que era Enfermeira do Hospital e perguntou se eu queria o número de sua matrícula também. A agradeci, pois no momento minha maior preocupação era com a minha filha, que já estava completamente vulnerável com o acidente, e acamada assistia uma pessoa atacando sua mãe.
Aquela ação no momento para mim não teve muito valor, pois meu principal objetivo ali era de cuidar e zelar pelo socorro de minha filha. Filha esta que está protegida por lei. Ela tem o direitos como cidadã e como menor, dentro da Constituição Brasileira e do ECA. Ela tem direito ao socorro público necessário, ao respeito e zelo durante seu o atendimento, além do direito à presença de um acompanhante no local.
Pois nossa maior indignação foi que além do abuso cometido pela senhora Maria Tereza foi que ela que faltou com o respeito não só a mim como cidadã, mas também faltou com o respeito com a minha filha. Entendo o que me disseram que existe abuso por parte de acompanhantes, e acredito, porém as pessoas que trabalham no serviço público, e principalmente na Saúde, que lidam com vidas, com a vulnerabilidade dos seres humanos, também precisam ser mais humanas. Em pleno século XXI, onde governantes afirmam que o SUS é UNIVERSAL e que precisamos HUMANIZAR o SUS, eu e minha família vivenciamos esta situação. Digo família, porque a profissional após atuar naquela desprezível cena, não contente, foi até a recepção e abordou meu esposo com a mesma falta de respeito, como se eu realmente tivesse feito tudo aquilo que ela mencionou dentro da sala amarela, só que agora a situação era ainda pior, ela estava falando com meu esposo (uma terceira pessoa) na presença de pacientes e outros profissionais na recepção do hospital. E meu esposo assim como eu não tinha ideia do que estava acontecendo.
Depois que minha filha foi socorrida pela equipe, e que tudo já estava dentro do possível sobre controle, procurei saber o que houve de verdade, e fiquei surpresa ao ouvir que tudo começou porque de acordo com o relato de um profissional, uma professora entrou sem falar com ele e que por isso ele mencionou que ela lhe faltou com a educação. Eu particularmente se tivesse sobre minha responsabilidade um grupo de profissionais também não ficaria satisfeita com uma situação dessas. Mas antes de tomar qualquer medida procuraria saber o que houve de fato. Pois existem coisas que se estivermos profissionalmente preparadas acabariam naquele exato momento sem nenhuma violação de direitos ou valores. Penso que naquele momento a servidora foi imensamente infeliz.
Queremos deixar claro que nossa queixa no momento está relacionada ao comportamento e postura de uma profissional, a da senhora Maria Tereza.
Ressalto que fui procurada pela senhora Mariana ainda dentro do hospital, antes mesmo da minha filha passar pelo ortopedista, e que a mesma pessoalmente fez um pedido de desculpas e afirmou que iria investigar o ocorrido e que tomaria as providências cabíveis.
Não vamos usar de hipocrisia e dizer que não queremos que a mesma seja penalizada, porque de fato nós não estaríamos agindo de acordo com nossos princípios, pois ficamos todos (eu, minha filha, e meu esposo) imensamente constrangidos com a situação, além do que num momento tão delicado e difícil na vida de minha filha ela foi profundamente desrespeitada por uma pessoa que está ali para cuidar. E que sequer teve a humildade de procurar a verdade.
Podemos afirmar isso com toda segurança, pois saímos do local depois das cinco horas da tarde do dia 13 de maio e a senhora Maria Tereza não procurou nenhum de nós até hoje (Domingo, às 19h00 do dia 18 de maio do corrente). Dessa forma nos sentimos completamente no direito de exigir providências e de tornar público o que houve de fato no local. Pois somos humildes o suficiente para reconhecermos apesar de tudo um simples pedido de desculpas como um resumo de um arrependimento ou mal entendido, mas infelizmente para nós ou felizmente para nós e outros usuários isso não ocorreu e seguimos com a reclamação agora formal no intuito de que com as providências cabíveis esta servidora reflita e não mais aja desta forma com os usuários ou mesmo colegas de trabalho, pois apesar de sua autoridade dentro do seu ambiente de trabalho ela poderá esquecer que vivemos em um país em que tudo e todos são regidos por lei, e principalmente um órgão público.
Queremos deixar explicito nosso repúdio a esta profissional que durante aquele dia de trabalho nos fez sentir lesado pelo poder público, tendo em vista que o Estado tem o dever de garantir o bem-estar social, ou seja, garantir os direitos principalmente de minha filha.
Salientamos que só hoje conseguimos sentar e resumir nestas linhas nossos sentimentos.
Atenciosamente
Família Costa
Prezada Sra. Ana Lucia,
Sou leitor do Jornal Beira Rio e sempre leio sua coluna.
Apesar de nem sempre ter a mesma opinião, achei ótimo o que escreveu na edição de 16 a 22 de maio. Creio que todos devemos ser muito críticos com os governos da cidade, especialmente com os reeleitos, afinal estão aí trabalhar em beneficio da cidade e da população. Mas o que vemos todos os dias são denúncias de falcatruas ou dinheiro extremamente mal empregado, como o caso do exemplo citado sobre as dificuldades dos profissionais do Programa do Idoso ou da passarela. Aliás, a prova da inutilidade da passarela é que a maioria das pessoas continua atravessando por baixo.
Através de matérias como estas que são divulgadas em seu jornal, a população tem a oportunidade de se informar, cobrar e votar melhor nas próximas eleições, não somente para prefeito como também para vereadores.
Parabéns
Flavio

