Cartolagem
Ora, ora, ora, bolas
Quem não sabe de cartolas
Ligados à ditadura?!
São daquela mesma escola
Que à liberdade assola
Aplicando até tortura.
Quando a sua chapa esquenta
Esperneia e alimenta
Ilusão de novo mando.
Um arranjo logo inventa
Bom senso já não aguenta
A composição de um bando.
Vejam, até cidadania
Ele, em sua covardia
Quer que a Justiça casse
A quem antes não servia
Alguém que não se escolhia
Nem para troca de passes.
E um treinador xerife
Adota a sua grife
De crachá sobre a lapela.
Usa todo o seu cacife
Em defesa do patife
Portando a verde-amarela.
Antonio Francisco
A Ética é muito relativa… Será?????
O sociólogo Peter Berger escreveu um livrinho delicioso: “Introdução à Sociologia”.
Creio que nossos políticos estudaram (ou pediram para assessores explicarem para eles) neste livro, o que segue abaixo.
Um dos seus capítulos tem um título estranho: “Como trapacear e se manter ético ao mesmo tempo”. Estranho à primeira vista, mas logo se percebe que, na política, é de suma importância juntar ética e trapaça. Para explicar, segue uma historieta: Havia em uma cidade dos Estados Unidos (EUA) uma Igreja Cristã. Como se sabe, algumas dessas Igrejas são um ramo do cristianismo muito rigoroso nos seus princípios éticos. Na mesma cidade, havia também uma fábrica de cerveja que, para a comunidade cristã, era a vanguarda de Satanás. O celebrante não poupava a fábrica de cerveja nas suas pregações. Aconteceu, entretanto, que, por razões pouco esclarecidas, a fábrica de cerveja fez uma doação de 150 mil dólares para a Igreja. Foi um auê…
Os membros mais ortodoxos dela foram unânimes em denunciar aquela quantia como dinheiro do Diabo e que não poderia ser aceito. Mas, passada a exaltação dos primeiros dias, acalmados os ânimos, os mais ponderados começaram a analisar os benefícios que aquele dinheiro poderia trazer: uma pintura nova para a igreja, um órgão de tubos, jardins mais bonitos, um salão social para festas, aparelhos de ar condicionado, e por aí vai. Reuniu-se então em assembléia para a decisão democrática. Depois de muita discussão registrou-se o seguinte no livro de atas:
“A Igreja Cristã resolve aceitar a oferta de 150 mil dólares feita pela cervejaria na firme convicção de que o Diabo ficará furioso quando souber que o seu dinheiro vai ser usado para a glória de Deus”.
Nei Dibo

