Cartas e E-mails

Sra. Editora,
NOTÍCIAS DE ITATIAIA
No ano p. passado a Sra. usou a frase “execração patológica”, para defender os corruptos do PT. Concordei em termos, mas não me deu a oportunidade de publicar o meu rabisco (artigo). Lembro-me que dizia, a “mala” funcionou e o STF deixou o País de luto. Quanto à corrupção do PT, tão cedo não vai parar!
Quero lembrar que, por aqui também temos os chamados “Embargos Emergentes” ou simplesmente “infringentes” como acontece em Brasília. Trata-se de uma maneira convencional, ultrapassada, mas ainda vigora na época presente, é correr o “saco” que, nossas autoridades ressuscitam os embargos.
Haja vista, o caso do Prefeito de Itatiaia.
A incompetência está sendo substituída pela MALA, nós o povo e proprietário é que vamos pagar a conta!
Acaba de acontecer mais uma na cidade. O Prefeito tirou a nossa festa mais popular, a alegria do povo, não permitindo nesse ano o CARNAVAL!
Os “bonecos”, fiscais representantes do povo, aplaudiram tal absurdo! Como houve também, no início do mandato desse Prefeito, em seu primeiro ano de governo, NÃO ENFEITOU NOSSAS RUAS PELO NATAL! Coincidência ou não, logo após dizem ter comprado um HOTEL no Penedo. Será que vai comprar um lá pelas bandas de Angra dos Reis?
Itatiaia, anteriormente tinha um dos carnavais mais comentados do Sul do Estado; a alegria era contagiante, não havia desordens, as ruas enfeitadas, o comércio incentivava e todos participavam dos festejos de “momo”.
Devo dizer que o povo está frustrado, tiraram a sua alegria em prol de compra de mais viaturas; de mais “achego” para os empreiteiros, de mais mordomias para os assessores, (hóspedes do Parque Nacional); de mais aluguéis de casas de correligionários; de mais empregos para parentes e partidários políticos que estão na “bocada”…
Um abraço, Sra. Editora,
H. Nunes

NOTA DA EDITORA
Caro leitor,
Republico meu editorial para que o senhor possa verificar que não há defesa de corruptos. Espero ter colaborado.

Covardes do teclado!
Dizem que a covardia é a mãe da crueldade. Acredito nisso sim. O ensaísta francês Montaigne já sabia bem sobre isso e não à toa suas ideias ganharam força desde o século XVI, tempo de inquisição, tempo de punir segundo as conveniências. Será que mudou alguma coisa? A ação com certeza. As execuções não precisam mais de fogueiras em praças públicas ou corpos pendurados por uma corda, mas as sentenças continuam muito parecidas e seus estímulos mais ainda. A forma mudou, mas parece que evoluímos tão pouco.
Observando as trocas de agressões e ofensas nas redes sociais, a valentia de algumas pessoas para usarem adjetivos e falarem mal de pessoas que nem conhecem percebo que temos agora uma nova espécie de inquisidores, de covardes: são os covardes do teclado. São pessoas que falam pelos dedos, desconhecem a importância de olhar para seu interlocutor, conhecer minimamente sobre o que e sobre quem está se falando. Quando as questões têm algum vínculo político então, nem se fala. Essa semana, fazendo essa observação me deparei com um post da presidente Dilma Rousseff e que tinha como mensagem principal na publicação, uma única palavra: “cachorra”.
O post referia-se a uma das ações da presidente que é candidata à reeleição este ano, minha candidata por sinal, aliás, postagem como tantas outras que inundam diariamente as redes sociais numa tentativa baixa de atingir não as ações governamentais, pois as informações sobre estas passam longe da fundamentação necessária a um bom debate. Tais postagens têm meramente a intenção de agredir a presidente, o PT e outras pessoas. Falo do mínimo, falo de educação. Chamar a presidente de cachorra, exibir posts mentirosos, com informações distorcidas, opiniões pessoais como notícias não me parece um caminho salutar ao debate.
O humor faz diferença e é uma crítica tão viva, tão intensa e arrisco dizer tão eficaz quanto uma ação de embate. Até aí maravilha, tudo no campo dos direitos, da liberdade de expressão, legítimas e válidas. Discordar, criticar, endurecer na crítica faz parte e isso deve existir para evitar mesmo os desmandos, abusos que infelizmente sabemos que acontecem. Estamos longe da perfeição, do ideal, mas não construiremos nada com esse ódio e essa fraude de quem quer passar que está muito preocupado com os rumos das políticas públicas, da sua cidade ou do seu país difundindo inverdades, seja na internet seja em qualquer outro veículo de comunicação, Luíza (Magazine) que o diga. As pessoas estão confundindo opinião com informação, questionamentos com afirmação, convicção pessoal com sentença. E isso nas redes sociais está potencializado. Tá brabo!
Grave também é a prática do cyberbullying. Uma outra covardia sem medidas. As redes sociais estão cheias de fakes ou como prefiro denominar de “covardes” que cada vez mais se escondem atrás de um teclado para despejar suas frustrações e diferenças. Vão da calúnia às referências odiosas e se alguém pergunta porquê, não conseguem responder com argumentos, mas adjetivando pejorativamente, mais uma vez. Não respeitam o direito de privacidade e de opinião. Uma temeridade esses tempos virtuais recheados de gente muito descortês. No caso da presidente Dilma ou de qualquer outro gestor e/ou político, como pessoas públicas estão sujeitas mesmo às críticas, e ainda bem que é assim, mas não à covardia que se instalou em diversos grupos virtuais com montagens e agressões verbais, baixaria mesmo. Revolta e inconformismo são compreensíveis sejam por questões ideológicas ou por convicção partidária, pois são pessoas públicas e devem prestar contas de seus atos enquanto administradores, mas isso não dá direito de serem achincalhados numa analogia bem próxima do que acontecia naquele século XVI das fogueiras e forcas.
Escrevia esse artigo quando aquele ruído de postagem do Facebook me chama atenção. Vou olhar e veja o que encontro da colunista Hildegard Angel, irmã de Stuart Angel um sequestrado, torturado, morto e corpo nunca encontrado na ditadura militar deste país. Diz o início do artigo: “Recebo diariamente comentários carregados de ódio contra José Genoíno, que me abstenho de publicar até por vergonha de seu teor, vergonha pelo desequilíbrio e o descontrole dos remetentes. A falta de discernimento, querendo atribuir a este homem combativo todos os males do país. Daí que a prisão não basta. É preciso a morte. A imolação final. A cruz”.
Pois é. Mas como disse a jornalista ela recebe esses comentários porque se manifesta a favor de um partido, a favor de uma história, a favor do contraditório. Me senti menos só neste tentativa de expor o que tenho lamentavelmente percebido nas redes sociais que não se repete pessoalmente. Na verdade, as pessoas se escondem na hora de um debate face to face, claro, muito mais fácil teclar impropérios, xingar e julgar não apenas os políticos, mas cidadãos que jamais se entreolharam. Aí que mora a covardia.
Covardia agravada quando as pessoas atingidas são cidadãos comuns, sem vida pública ou vínculo de prestação de contas das questões públicas, cidadãos que expressam suas opiniões e não engrossam a hipótese da espiral do silêncio para se defender dos raivosos. A opinião é livre e cada um tem a sua, mas o respeito ao outro é condição básica da não-violência como tão bem tentava convencer-nos Gandhi. Taí, as redes sociais e esta enxurrada de agressões verbais e extremo desrespeito às pessoas é uma violência dos novos tempos e o pior, revela o lado escárnio, o lado cruel de muita gente que num outro espaço passaria como civilizada.
Sou muito crítica e cobro das pessoas públicas – públicas – o que elas devem e têm obrigação de esclarecer. Milito pela transparência das informações e dados públicos. Não acredito no que me falam com tapinhas nas costas e nem aceito propostas indecentes, sou desconfiada por natureza, minha profissão reforça o procedimento, mas daí sair ofendendo e agredindo verbalmente qualquer pessoa que pense diferente ou se expresse contrariamente ao que se acredita como ideal, verdadeiro e justo, pelo contrário, isso me parece bem antagônico a estes adjetivos. Não? Faltam informações, faltam argumentos, falta respeito e falta sensibilidade. Mas apesar de tudo, viva a tecnologia que tanto nos proporciona e revela.
Ana Lúcia

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One thought on “Cartas e E-mails

  1. Muitos boatos na cidade sobre a troca de Edgar Moreira, estão tirando ele para colocar o PPS. Seria comprar um vereador que exerce sua função fiscalizadora ou colocar mais poder na mão do Cial, vereador e atual secretario Kiko e o Ricardo Azevedo, ex secretario carvalhista. Este governo esta parecendo que agora esta no ninho certo, governo dos Carvalhos. Traindo o povo que deu o segundo mandato a ele contra a oligarquia politica antiga de Resende ou estão querendo criar uma oligarquia nova. Tomara que seja boato.

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