Movimento maior que no ano passado

Neste sábado, dia 2, é comemorado em todo o mundo o Dia de Finados. Durante a manhã, o Cemitério Municipal Senhor dos Passos, no bairro Alto dos Passos, em Resende, reuniu mais visitantes que em 2012. Tanta gente fez com que a rotina da diretora do cemitério, Maria Aparecida Benanse, a Cida (foto ao lado), fosse agitada. “No ano passado, o movimento foi mais sossegado, quase não fui solicitada pelos visitantes. Mas este ano, tive que atender várias famílias, nem estou parando aqui”, relata Cida.

Isso tem uma explicação: é que em 2012, no mesmo dia, o tempo ficou nublado e chuvoso em alguns momentos durante todo o dia, diminuindo o fluxo de pessoas no cemitério. Este ano, ao contrário, o tempo ficou ensolarado depois de vários dias com instabilidade. A maioria das famílias procuravam o administrativo no cemitério para regularizar a situação dos jazigos. Apenas um enterro foi realizado nesta manhã especial para a memória dos que já se foram: o da doméstica Maria Elisabete, de 59 anos, que morreu nesta sexta-feira, dia 1º, vítima de problemas cardíacos.

Além da visita aos túmulos, os visitantes aproveitaram para fazer suas orações, e grupos religiosos também aproveitaram para celebrar eventos voltados à essa data. No período da manhã foi realizada no cemitério a primeira missa do dia, por volta das 7 horas, e a segunda e terceira na Igreja do Senhor dos Passos, que fica a poucos metros dali, por volta das 10 e 16 horas, respectivamente. Também, um grupo de fiéis da Igreja Peniel aproveitavam para cantar e louvar ao Senhor, através de uma tenda  montada de frente para a sede administrativa, onde cumprimentavam e distribuíam panfletos sobre a igreja.

Francisco Cobra Azul (de costas) fatura com água e alimentos

Mas no caminho para o cemitério, vendedores ambulantes aproveitaram para faturar nas vendas, desde as tradicionais velas e flores até alimentos como frutas, sanduíches naturais e água para os visitantes. Aproveitando o movimento, dois funcionários de uma floricultura do Campos Elíseos montaram um ponto de venda na entrada de Alto dos Passos, como fazem todos os anos nesta data. “Até uns cinco anos atrás, a gente vendia bastantes flores. Desse tempo para cá, houve uma queda porque os jovens não costumam ver seus entes queridos, são mais as pessoas de idade, que a cada ano vão morrendo. Com isso, o movimento está igual ao do ano passado”, explica o vendedor Joaquim Ribeiro.

Joaquim ainda revela que o crisântemo é a flor que tem saído mais nas vendas. “Ela é mais barata por ficar dentro de um molho (uma espécie de buquê), custando R$ 5. Já a rosa, por exemplo, fica em R$ 3 a unidade. Por dúzia, fica a R$ 36, e ninguém vai querer levar uma roda mais cara para o cemitério”. Um pouco mais abaixo, na esquina próximo à Praça do Centenário com a Rua XV de Novembro, duas amigas resolveram ajudar um vendedor e por volta das 9 horas até o final da manhã a vender velas. “Antes disso, a gente estava fazendo uma faxina nos jazigos. Só que para faturar mais não compensa muito porque as próprias pessoas já limpam os jazigos”, conta a faxineira Maria das Dores, relatando que faturou mais com um dos artigos mais procurados em Finados.

Ela estava acompanhada da colega, a autônoma Cristina Cotrim da Silva. Juntas elas conseguiram vender duas embalagens de atacado repletas de caixas de velas e ainda vendiam o terceiro lote. O objetivo também era ajudar a comercializar o estoque de um colega autônomo, que trabalhou em frente ao cemitério. Outros vendedores resolveram ampliar a renda e aumentaram o leque de produtos vendidos.

Jazigo de Santa Eni continua a ser o mais visitado do cemitério

O autônomo Francisco Fernando de Oliveira, que no restante do ano costuma vender frutas em uma barraca às margens da Via Dutra, no bairro Paraíso, aproveitou para faturar com abacaxis e mangas. “As pessoas costumam aproveitar o final da tarde para levar as frutas, antes elas costumam comprar os vasos de flores artificiais e as velas”, relembra.

Outro vendedor já apostou na necessidade de se alimentar e matar a sede dos visitantes. “Aqui temos água, salada de frutas, sanduíche natural, picolé e salgados. Tenho conseguido vender praticamente tudo”, diz o vendedor Francisco Cobra Azul.

Segundo a administração do Cemitério Municipal, era estimada a visita de cerca de 10 mil pessoas pelo local até o final da tarde.

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