No Dia de Hoje – 22 de abril

Desembarque de Cabral e sua esquadra na nova terra, em 1500 (Foto: Arte de Oscar Pereira da Silva/Acervo do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro)

No dia 22 de abril de 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral e sua esquadra chegavam a uma região que posteriormente denominaram por Ilha de Vera Cruz. Esse acontecimento é considerado pelos europeus como o dia do “Descobrimento do Brasil”. Este momento é muitas vezes entendido como sendo o do avistamento de Vera Cruz, nas imediações do Monte Pascoal, nos chamados descobrimentos portugueses.

Embora quase exclusivamente utilizado em relação à viagem de Pedro Álvares Cabral, o termo “descoberta do Brasil” pode também aplicar-se à chegada da expedição do navegador e explorador espanhol Vicente Yáñez Pinzón, que atingiu o cabo de Santo Agostinho, localizado no atual estado de Pernambuco, em 26 de janeiro de 1500. Trata-se da mais antiga viagem comprovada ao território brasileiro. Entretanto, a navegação de navios castelhanos ao longo da costa americana não produziu consequências. A chegada de Pinzón pode ser vista como um simples incidente da expansão marítima espanhola.

A nomenclatura deste evento histórico considera o ponto de vista dos povos do chamado “Velho Mundo”, que tinham registros na forma de História (escrita), e portanto se trata de uma concepção de História eurocentrada. Marca-se então o início de uma colonização portuguesa em territórios que posteriormente formaram o Brasil, por uma construção social, mais especificamente política.

Em termos historiográficos, a data da descoberta do Brasil variou ao longo dos séculos, sendo até 1817 celebrada em 3 de maio e posteriormente no dia 22 de abril (conforme publicação da Carta do escrivão Pero Vaz de Caminha pelo padre Manuel Aires de Casal, que a descobriu entre os documentos trazidos para o Brasil pela Família Real em 1808). Em 1823, José Bonifácio propôs a data de abertura da Assembleia Constituinte — 3 de maio — para coincidir com a data do descobrimento (pois supostamente desconhecia a publicação de 1817).

Da segunda metade do século XIX até 1889, o cidadão brasileiro culto sabia que a data do descobrimento era 22 de abril, embora ela não fizesse parte dos feriados do Império. Em 1890, um decreto republicano instituía a data de 3 de maio como feriado alusivo ao descobrimento. A imprensa à época, entretanto, já considerava 22 de abril como a data correta, sendo esse erro reparada em 1930, quando um decreto de Getúlio Vargas extinguiu o feriado de 3 de maio. Afirmou-se, a partir de então, o 22 de abril.

Escrivão da frota de Cabral, Caminha enviou uma carta para o rei D. Manuel I para comunicar-lhe o descobrimento das novas terras. Datada de Porto Seguro (no litoral da atual Bahia de acordo com Francisco Adolfo de Varnhagen), no dia 1 de maio de 1500, foi levada a Portugal por Gaspar de Lemos, comandante do navio de mantimentos da frota.

A Carta é o documento no qual Caminha registrou as suas impressões sobre a terra que posteriormente viria a ser chamada de Brasil. É o primeiro documento escrito da história do país e costuma ser considerada marco inicial da obra literária brasileira, apesar de, formalmente, ser documento de mero registro, já que traz em suas linhas a escrita da época, o estilo; e, nas entrelinhas, conta muito da história oculta do descobrimento.

A Carta é exemplo do deslumbramento do europeu diante do Novo Mundo. Contudo, apresenta informações equivocadas. Em princípio, pedia desculpas pela Carta, a qual considerava “inferior”. O escrevente documenta os traços de terra e o momento de vista da terra (quando se avistou o Monte Pascoal, a que deu-se o nome de Ilha da Vera Cruz).

Ele narra o momento em que os navegadores seguem até a praia, onde acontece o primeiro contato com os índios, quando os portugueses praticam o primeiro escambo com os índios brasileiros. Menciona-se também o pau-brasil e é narrada a Primeira Missa na nova terra.

A carta conservou-se inédita por mais de dois séculos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Foi descoberta, em 1773, por José de Seabra da Silva e publicada pelo historiador Manuel Aires de Casal na sua Corografia Brasílica (1817).

Fonte: Wikipédia

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