O “amor” do prefeito de Resende aos professores, foi a palavra, em tom sarcástico, que alguns profissionais da Educação usaram ao deixar o plenário da Câmara Municipal de Resende na tarde desta segunda-feira, dia 27, quando o projeto que prevê 45 e não 40% de crédito suplementar pelo Executivo no orçamento municipal de 2022 foi aprovado por maioria, já que dois vereadores faltaram e três pediram abstenção sem declarar voto.
Outros, nas redes sociais, lembraram os 80% que reelegeram o prefeito Diogo Balieiro Diniz, inclusive com votos de muitos professores e familiares, e que agora optou por solicitar a liberdade de mexer no recurso sem se comprometer, em que exatamente, vai utilizar o dinheiro. Vários prefeitos de outras cidades usaram o recurso para dar um abono ao professores, uma vez que o excesso de arrecadação é proveniente do Fundeb.
Na semana passada, o Executivo enviou mensagem ao Legislativo solicitando em regime de urgência especial a votação de projeto de lei alterando o limite de créditos adicionais suplementares para o orçamento 2022. O executivo acrescentou mais 5% levando em consideração o que chamou de “excesso de arrecadação” do Funbeb (R$ 16.500.000,00) e do SUS (R$ 4.500.000,00) e de outras fontes (R$ 9.864.215,00).
Os professores imaginaram, que a exemplo de outros municípios, o prefeito poderia destinar esse excedente ao pagamento de abono à categoria e resolveram ir ao plenário na esperança que os vereadores pudessem pressionar o governo a esta mudança, mas apesar da presença do Controlador do município não houve alteração. Os vereadores Tiago Forastieri (PP), Renan Marassi (PL) e Paulinho do Futsal (Cidadania) ainda tentaram uma emenda especificando a destinação, mas foi considerada inconstitucional pelo jurídico da Câmara, pois os vereadores não podem criar despesa.
Primeiro foi votada a urgência especial pedida pelo prefeito, aprovada também por maioria. Só votaram contrariamente os vereadores Paulinho do Futsal, Renan Marassi e Tiago Forastieri. Os vereadores Roque Cerqueira (PL) e Peroba (Cidadania) faltaram à sessão extraordinária presidida pelo vereador Reginaldo Engenheiro Passos (Podemos).
Apesar dos discursos em que todos reconhecem o trabalho dos professores, o resultado já era esperado, uma vez que o vereadores de Resende representam a base governamental. Os profissionais de Educação saíram frustrados do plenário e em seguida, o presidente abriu a segunda sessão extraordinária para a segunda votação do projeto pedido pelo Executivo.
