Protesto no Rio pede punição para responsáveis por desabamento de ciclovia

Moradores do Rio de Janeiro realizaram um ato neste domingo, no Mirante do Leblon, no Rio de Janeiro, para relembrar o desabamento de parte da Ciclovia Tim Maia, em São Conrado, no feriado de 21 de abril. Inaugurada em janeiro deste ano, a obra teve investimentos de R$ 44 milhões. O ato também cobrou justiça pela morte do engenheiro Eduardo Marinho de Albuquerque e do gari Ronaldo Severino da Silva, vítimas do desabamento, e criticou o descaso em relação à qualidade da obra. Segundo especialistas, não teria sido observado devidamente o impacto do mar naquela área, em períodos de ressaca.

Como não há ainda uma resposta oficial e definitiva sobre a tragédia, Cláudia Medeiros,  uma moradora do Leblon, resolveu criar esse ato em parceria com amigos. “A sociedade nunca vai evoluir se não fizer cobrança”, destacou. Na terça-feira, dia 10, ela  ligou para a subprefeitura, a fim de comunicar a realização da manifestação e saber se havia interesse em enviarem representantes para se posicionar a respeito. No dia 12, para sua surpresa, recebeu uma ligação do prefeito Eduardo Paes, convidando-a para ir ao seu gabinete. Ele prometeu relatar o passo a passo das investigações. Cláudia preferiu, porém, receber primeiro os dados por e-mail, conversar com amigos e só então agendar a entrevista com Paes. “É preciso que a prefeitura tenha um canal direto com a população para dirimir dúvidas”, cobrou.

– A grande problemática é essa. Um assunto totalmente abafado, duas vidas que se perderam, um dinheiro absurdo que não tem uma explicação. Não tem ninguém que tenha sido responsabilizado até agora – disse Beto Góes, que também organizou o ato.

Para o presidente da Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecierj), Cláudio Santos, toda a mobilização em prol do ciclismo e da mobilidade com segurança é “perfeitamente plausível e até louvável”. Ele defendeu que a prefeitura do Rio tem de ser cobrada pelos erros e que o Ministério Público tem de ser acionado. “E que as pessoas façam a coisa certa para que a bicicleta seja uma opção segura de transporte”.

Em nota divulgada neste domingo, a prefeitura do Rio informou que, além de estar à disposição da polícia para prestar todos os esclarecimentos, contratou auditoria independente do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) para apurar o ocorrido.

“Enquanto as investigações que apontarão os responsáveis pelo acidente estão sendo realizadas, decreto publicado em 27 de abril no Diário Oficial garantiu o afastamento das empresas Contemat Engenharia e Geotecnica S/A e Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A de todos os processos de contratação e licitação de obras de estrutura no município. Todos os pagamentos destinados às duas empresas estão retidos desde então. O decreto também determinou que os responsáveis técnicos do consórcio para a obra da ciclovia sejam afastados de qualquer contrato firmado com a prefeitura. Comprovada a responsabilidade das empresas, elas serão consideradas inidôneas na forma da lei”, informou a nota da Prefeitura do Rio.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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