Neymar seria a encarnação de Macunaíma?

A seleção da Dinamarca já se despediu da Copa do Mundo. Mas há uma previsão de que até 2020 o país tenha 100% de produtos orgânicos nas prateleiras de seus supermercados. Enquanto isso, no Brasil, cuja seleção continua firma na Copa, já existe uma PL restringindo a venda de produtos orgânicos. E mais: o Governo (Temer e Congresso) estão aprovando a liberação do uso de agrotóxicos em nossa agricultura.

A seleção do México foi despachada na segunda-feira pela seleção do Brasil, mas o povo mexicano elegeu um dia antes para a Presidência da República, Lopez Obrador, um candidato de linha popular com uma plataforma de centro esquerda que enche de otimismo os cidadãos que clamam por sociedades mais justas na América Latina.

As seleções de futebol da Dinamarca e do México perderam, mas não seus países e, seus respectivos habitantes tem perspectivas animadoras. Ou pelo menos com mais esperança. Enquanto o Brasil, nesses dias de Copa do Mundo, vai perdendo riquezas imprescindíveis para um país independente, como o petróleo, a geração e distribuição de energia elétrica, desindustrialização, etc. Essa é a questão: quando a seleção perde, não é o país que perde. E nem quando a seleção ganha é o país que está ganhando.

Gosto muito de futebol e admiro Tite, Felipe Coutinho, Wiliam, Gabriel Jesus, Marcelo, Paulinho, Tiago Silva, Firmino, nosso amigo Antonio Ed Murphy (que trabalha na segurança da seleção) e muitos outros personagens da nossa seleção. Por essas e outras não dá para torcer contra. Mas às vezes fica muito difícil, torcer a favor.

Me incomoda muito ter que assistir nossa maior estrela (o mau caráter e sonegador chamado Neymarketing), com atitudes arrogantes e debochadas como fez com a torcida mexicana e com o jogador da Costa Rica. Não é a cara do nosso povo.

Ele jamais faria isso contra ingleses, franceses, alemães e principalmente, norte-americanos. É aquela velha prática dos colonizados muito bem explicada pela imagem proposta na expressão: “Fala grosso com o Paraguai e mia com os Estados Unidos”.

Mas se há algo de bom nessa mixórdia é sabermos que Tite já informou que, ganhando ou não a Copa, não irá se encontrar com o presidente usurpador, o entreguista, Michel Temer. Ao menos isso. E como diria Milton Leite, o melhor narrador de futebol da nossa televisão: “Que siga la pelota”.

Respondendo à indagação do título: Não. Não é encarnação de Macunaíma. São personagens distintos. O célebre personagem literário criado por Mário da Andrade, era o herói sem nenhum caráter. Já Neymar, tem sim, um tipo de caráter.

PS: Marcio José, foi provavelmente o melhor operador de áudio com quem trabalhei. Técnico, ágil e criativo. Me chamava invariavelmente de o “meu redator chefe”. Ou quando estava com o espírito gozador mais aflorado, me chamava de Luiz Amaral, nome de um conhecido ex-prefeito de Barra Mansa. Mas só de graça, pela semelhança dos nomes. Marcinho, que mesmo chateado parecia estar de brincadeira, partiu antes do combinado e vai deixar o centro velho de Resende, um pouco mais sisudo.

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