Nos últimos dias, circularam informações nas redes sociais e em aplicativos de smartphones sobre a circulação do vírus da gripe no Brasil, citada como H2N3. Nos áudios contendo essas informações, em um deles uma pessoa – citada de forma errônea sendo o diretor do Hospital das Clínicas de São Paulo – teria alertado sobre uma possível epidemia de gripe no próximo inverno no país.
Segundo o mesmo áudio, enviado no início do mês, o mesmo diz que “a gripe vai ser muito forte” e que “as duas primeiras mortes” foram registradas em Taubaté/SP. Outro áudio, também enviado simultaneamente, cita casos de mortes por gripe H2N3 em municípios de Goiás (Goiânia, Trindade e Jaupaci), incluindo um profissional de saúde da capital goiana, também alertando para o mesmo vírus.
O Ministério da Saúde (MS) se pronunciou nesta quarta-feira, dia 11, sobre as informações enviadas nas redes sociais. Segundo o órgão federal, “não existe uma cepa ‘H2N3’ de vírus da influenza no Brasil”, e que tal informação é inverídica (falsa). “Os vírus de influenza que atualmente circulam no Brasil são o influenza A/H1N1pdm09, A/H3N2 e influenza B. A vacina contra gripe, cuja campanha inicia no segunda quinzena de abril, protege contra estes tipos de três vírus”, acrescenta o comunicado do MS.
Ainda de acordo com o MS, em 2018, até o dia 7 deste mês, foram registrados 286 casos de influenza em todo o país, com 41 óbitos. Do total, 71 casos e 12 óbitos foram por A/H3N2. Em relação ao vírus A/H1N1pdm09, foram registrados 116 casos e 16 óbitos. Ainda foram registrados 52 casos e 6 óbitos por influenza B e os outros 46 casos e 7 óbitos por influenza A não subtipado. Em 2017, o vírus influenza A/H3N2 foi predominante no Brasil e foram registrados 2.691 casos e 498 óbitos.
Em Resende, a estratégia da Secretaria de Saúde para a prevenção contra o vírus da gripe é seguir o mesmo esquema adotado em todo o Brasil. A meta é vacinar no município 90% da população de cada um dos grupos existentes e considerados prioritários pelo Ministério da Saúde: trabalhadores do setor de saúde, povos indígenas, crianças de seis meses a cinco anos, grávidas, puérperas (até 45 dias após o parto), grupos portadores de doenças crônicas e outras condições clínicas especiais (com prescrição médica), população carcerária, funcionários do sistema prisional, professores e idosos.
A campanha de vacinação está prevista para acontecer em Resende e em todo o país no período de 23 de abril a 1º de junho, com a realização do Dia D (dia de mobilização nacional) em 12 de maio. A vacina protege contra todos os vírus da gripe que circulam no país.
TIPOS DE INFLUENZA
O vírus da gripe (influenza) é uma infecção viral aguda do sistema respiratório. Uma pessoa pode contraí-la várias vezes ao longo da vida e, em geral, tem evolução autolimitada. Porém, em alguns casos, pode evoluir para uma forma grave. Os vírus são transmitidos facilmente por pessoas infectadas ao tossir ou espirar.
Existem três tipos de vírus influenza em circulação no Brasil e no mundo: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas e não possui impacto na saúde pública, não estando relacionada com epidemias. Já os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias. Em nosso país, atualmente circulam os vírus A (H1N1 e H3N2) e B.
SITE REVELA VERDADEIRA AUTORIA DO ÁUDIO
Sites especializados em desmentir informações de fake news, como o E-Farsas, apontam que a informação do áudio não passa de um boato, e que sua autoria foi erroneamente associada a duas diferentes pessoas: ao diretor do HC e ao presidente da Santa Casa de Porto Alegre. O material gravado, na verdade, segundo o site, de autoria do presidente da Santa Casa de Sorocaba, no interior paulista, que na verdade “depois de gravar o áudio, se apressou em falar que não deseja causar pânico na população”. Ele confessou que “queria que as autoridades tomassem as devidas precauções”.
No áudio dos casos registrados em Goiás, a informação foi desmentida pela Secretaria de Saúde de Goiânia. Os cinco casos de morte confirmados foram pela gripe H1N1. Já o relatório da Secretaria de Estado de Saúde local cita também entre vários casos, um diagnosticado como gripe H3N2. Confira abaixo os áudios:
Áudio do presidente da Santa Casa de Sorocaba
Áudio enviado sobre casos em Goiás
Foto: Reprodução/Redes Sociais
