No Dia Nacional da Cachaça, Engenheiro Passos tem bebida premiada

Cachaça da Reserva do Nosco já é consumida no exterior

Nesta quarta-feira, dia 13, comemora-se o Dia Nacional da Cachaça, uma bebida que superou o preconceito e hoje é muito apreciada mundo afora. Na Região das Agulhas Negras, entre as empresas produtoras de aguardente está a Reserva do Nosco, de propriedade do empresário Marcelo Nordskog, criada no ano de 2007 pelo empresário, que administra sozinho o negócio.

Segundo ele, a cachaça em sua propriedade é feita de forma artesanal. “A cana e outros ingredientes, como leveduras selvagens, são produzidas na fazenda para a fermentação, em processo totalmente vertical. Eu mesmo sou o Alambiqueiro, e só coloco para armazenar ou envelhecer produtos que são de alta qualidade e que estão dentro do padrão desejado”, explica Nordskog.

Certificada pelo Inmetro, a Reserva do Nosco costuma produzir 7 mil litros por safra. “Não exporto, as pessoas é que levam para o mundo todo. Da Noruega ao Japão. Minha cachaca participa de Concurso mundo afora, sendo testada constantemente por degustadores brasileiros e estrangeiros. De 2012 até o presente momento conquistamos cerca de 20 premiações no Brasil e no mundo”, revela o empresário, que costuma participar de várias feiras como a Taste, em São Paulo, e a Rio Gastronomia, no Rio, consideradas as duas principais do país.

Dentre as 20 premiações citadas está a medalha de Duplo Ouro, conquistada duas vezes no Concurso Mondial de Bruxelas, na Bélgica, em 2016 e 2017.

A empresa de Nordskog é uma das poucas legalizadas na Região das Agulhas Negras, de acordo com o analista do núcleo do Sebrae-RJ no Médio Paraíba, Jayme Souza Filho. “Aqui na região das Agulhas Negras temos oito produtores de cachaça, sendo quatro deles devidamente legalizados para funcionar, entre elas a Reserva do Nosco, que já foi premiada internacionalmente. Junto com esta região, também trabalhamos com empresas que produzem a aguardente no Vale do Café (onde são produzidas as cachaças Werneck, em Rio das Flores, e Resgatinho, de Barra Mansa). Portanto, trabalhamos com esses dois polos de produção”.

Marcelo (à direita), ao lado do humorista Cláudio Manoel, durante a Rio Gastronomia deste ano

Ele também destaca o desenvolvimento da produção da cachaça na Região da Costa Verde. “Lá a produção é mais organizada, e já acontecem festivais. Nessa região, habitualmente os turistas acabam tendo a oportunidade de conhecerem alambiques, especialmente em Paraty”, diz Jayme, que tem observando uma mudança de imagem da cachaça, antes mal associada às pessoas dependentes da bebida.

– Antes, a cachaça era chamada de pinga. Era uma bebida muito mal vista. Mas atualmente, depois do trabalho feito para estimular as empresas, hoje a imagem é de uma bebida de qualidade, inclusive comparada a um bom vinho e ao champanhe. O estado do Rio de Janeiro tem até carta de produtores de cachaça, com degustação – acrescenta.

Jayme ainda conta que o Sebrae-RJ vem desenvolvendo o setor há cinco anos. “Começamos o trabalho de consultoria técnica, passando pelo processo de produção até atingir a qualidade e a legalização das empresas, com marketing, parcerias e comercialização do produto”, completa.

Para os interessados em conhecer, a Reserva do Nosco fica na Fazenda Valparaíso, no distrito de Engenheiro Passos, em Resende. A propriedade recebe turistas com agendamento prévio através do telefone (24) 98803-8872 (WhatsApp).

ORIGEM DA DATA
O Dia Nacional da Cachaça nasceu de uma lenda, em 13 de setembro de 1661, na qual a regente de Portugal, Luisa de Gusmão, decretou a liberação da produção da cachaça no Brasil (ainda no tempo da Colônia), após uma proibição que durava 12 anos, entre idas e vindas. Ainda que exista uma confusão entre o dia da liberação com o dia da proibição, já que Lisboa baixou um decreto proibindo a fabricação da cachaça no Brasil em 13 de setembro de 1649.

A proibição culminou na Revolta da Cachaça, em novembro de 1660, em que o governador do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides foi deposto pelos revoltosos, mas retornou posteriormente e mandou enforcar um dos fazendeiros. Mas desistiu de governar, e entregou o cargo ao filho João Correia de Sá. Como resultado da revolução, uma Carta Régia reduziu os privilégios da Companhia de Comércio e foi restabelecida a liberdade da indústria de aguardente.

Foto: Reprodução/Facebook

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