Número de jovens com vírus HIV cresce em Resende

camisinhaO número de jovens infectados pelo vírus HIV, causador da Aids, vem crescendo em todo o estado do Rio de Janeiro e também em Resende. A informação é da coordenadora do Serviço de Atenção Especializado (SAE) DST/HIV/Hepatites Virais de Resende, Paula Carolina Ignácio Peixoto. O grupo está realizando uma ação de prevenção e combate à disseminação de doenças sexualmente transmissíveis durante toda a sexta-feira, dia 5, além de orientar sobre o teste rápido da Aids. A tenda com informações ficará até às 16h30 no Calçadão do Campos Elíseos.

– Tanto no município quanto no estado do Rio de Janeiro temos notado um aumento principalmente entre jovens. Há dois anos, a maior incidência era entre pessoas de mais de 40 anos, mas de 2015 para cá temos visto muitos jovens infectados. Geralmente por medo dos pais, é incomum adolescentes realizarem o teste, eles esperam até seus 18,19 anos, mas já atendemos casos de um menor de idade. No estado do Rio, tem pessoas com o vírus até de 15 anos – revelou Paula Peixoto.

Por isso e também devido a uma orientação do Ministério da Saúde, a campanha deste Carnaval não será apenas para prevenir a transmissão das DSTs, mas também para incentivar a realização de testes rápidos.

– O Ministério já usa o Carnaval como estratégia para prevenir as DSTs, mas esse ano além disso incentivamos as pessoas a fazerem o teste de detecção do HIV para ter um diagnóstico precoce, para que a pessoa consiga se tratar e ter uma qualidade de vida. Isso também ajuda na prevenção, porque quando trata diminui o risco de transmissão – explicou.

Por mês, o posto em que está o SAE recebe cinco mil preservativos para distribuição, mas durante as festas de final de ano o número chega a dobrar.

– As pessoas ainda têm um certo receio de parar até na tenda, porque tem aquele preconceito de que quem tem DST é quem tem muitos parceiros, o que não é verdade. Mas estamos distribuindo preservativos e também folhetos explicativos e divulgando que realizamos o teste rápido de Aids em algumas unidades de Resende, principalmente aqui no SAE – frisou a coordenadora do programa.

Os testes rápidos de Aids são realizados às terças e quartas-feiras, das 8h às 11h, no antigo posto do estado (Rua Doutor João Maia, nº 42, Centro) e não precisam de encaminhamento médico. Basta chegar com um documento de identidade e cartão do SUS, realizar o exame e esperar entre 30 e 40 min pelo resultado. Já as camisinhas são distribuídas constantemente.

– Colocamos a tenda e começamos por volta das 10h30 e vamos até 16h30. Estamos distribuindo folder, camisinha masculina e feminina, folhetos. As pessoas param para perguntar e a gente divulga e entrega o material, além de divulgar que fazemos o teste rápido sem custo, aqui no posto do Centro – lembrou a enfermeira-chefe do posto, Rosália Figueiredo da Silva.

O Ministério da Saúde divulgou que pretende distribuir 5 milhões de preservativos masculinos e femininos, além de sachês lubrificantes, em todo o Brasil, nos carnavais de rua de oito estados e mais o Distrito Federal. Além disso, o Homem Camisinha, personagem criado para a campanha do Carnaval deste ano de prevenção ao HIV, Aids e doenças sexualmente transmissíveis, estará presente nas ruas, entre escolas de samba, blocos e trios elétricos. O slogan da campanha nacional é  “Deixe a camisinha entrar na festa”. Além dos preservativos, 295 mil abanadores com a mensagem da campanha serão distribuídos aos foliões, e 300 mil filipetas informando sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) estão sendo entregues às unidades de saúde.

Os dados mais atualizados do Ministério da Saúde referentes ao enfrentamento às DSTs e aids no Brasil apontam que, em 2015, o país bateu recorde de pessoas em tratamento com antirretrovirais: 81 mil brasileiros começaram a se tratar no ano passado, um aumento de 13% em relação a 2014, quando 72 mil pessoas aderiram aos medicamentos. Com o maior número de pessoas com acesso aos antirretrovirais, o país alcançou a marca de 91% das pessoas em tratamento apresentando carga viral indetectável no organismo – o que significa que essa população não mais transmite o vírus para outras pessoas.

O diferencial da campanha deste ano é que, a partir da Quarta-Feira de Cinzas, serão distribuídos folhetos nos postos de saúde e outdoors sobre a profilaxia pós-exposição (PEP). Dessa forma, no período pós-Carnaval, o Ministério continuará incentivando a testagem e o tratamento para os casos de sorologia positiva, completando assim, o tripé da prevenção.

A profilaxia pós-exposição (PEP) é um procedimento que evita a proliferação do vírus HIV caso o medicamento seja tomado em até 72 horas após a exposição ao vírus, como nos casos de sexo desprotegido. O ideal, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, é que seu uso seja feito nas primeiras duas horas após a exposição ao risco. Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo (tenofovir + lamivudina + atazanavir + ritonavir).

Durante todo o ano de 2015, foram ofertados 42,3 mil tratamentos para Profilaxia Pós Exposição (PEP) em todo o país, um crescimento de 48,7% em relação ao ano de 2014, quando foram dispensados 28,4 mil tratamentos. Os resultados se devem, em grande parte, às ações como o novo Protocolo Clinico de Diretrizes e Tratamento, que simplifica os procedimentos para o uso de medicamentos antirretrovirais após exposição ao vírus do HIV. Publicado em agosto do ano passado, o documento recomenda um esquema único de tratamento a todas as situações.

 

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