A Man Latin America aprovou na tarde do dia 10 um acordo para evitar 1.500 demissões. Os funcionários da empresa terão uma redução da carga horária proporcional à redução do salário durante o ano de 2015. Além disso, eles não terão reajuste no próximo ano e o abono salarial de R$ 2.500 será dado no vale alimentação, dividido em 12 parcelas. A PLR, que normalmente é uma vez e meio o salário dos funcionários, terá o valor fixo de R$ 5 mil. Além disso, a empresa lançou um Plano de Demissão Voluntária (PDV), oferecendo benefícios aos que se demitirem, mas não divulgou metas para a adesão. Outra proposta havia sido feita anteriormente e votada no dia 8, mas o Sindicato dos Metalúrgicos orientou os funcionários a rejeitá-la. Desta vez, a empresa chegou a anunciar que as demissões começariam ainda nesta semana caso a proposta fosse negada e o sindicato achou melhor mudar de ideia.
Falando em mudança de ideia, integrantes da Federação das Associações de Moradores de Resende (Famar) voltaram atrás e aprovaram o relatório feito pelo conselheiro Thirso Naval Colvero, representando o Conselho Municipal de Trânsito (Comutran), que sugere uma passagem de ônibus, ainda para este ano de R$ 3,09. A votação aconteceu em uma sessão extraordinária marcada inicialmente para o dia 12, mas que aconteceu no dia 9, antecipada sem avisar a todos os conselheiros. Quem esteve lá falou que a votação foi ditatorial e que o presidente do conselho que faz parte da cúpula do governo, Marcial Corrêa afirmou, entre outras, que os dados sobre as gratuidades não poderiam ser divulgados para a população de Resende e não deixou nenhum dos presentes à reunião se manifestarem. Na prática, quem define o valor da passagem é o prefeito José Rechuan Junior (PP), mas ele sempre define um valor próximo ao proposto pelo Comutran. Há quem diga que a mudança de ideia dos conselheiros custou uma ida a empresa, alguns cafezinhos e alguma conversa. Será?
O tenente coronel Wagner Cristiano Moretzsoh assumiu, na tarde do dia 8, o comando do 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Resende, responsável pelas quatro cidades da Região das Agulhas Negras (Resende, Itatiaia, Porto Real e Quatis). No dia seguinte, pela manhã, já divulgou que faria um café da manhã comunitário em Visconde de Mauá, no dia 10, para se aproximar da população. Vale lembrar que, no dia 1º, bandidos explodiram o único caixa automático do local e levaram todo o dinheiro e ainda deram tiros e incendiaram um carro no local. Os policiais militares responsáveis pela área, que se posicionavam em frente ao caixa, foram retirados do local com um trote telefônico. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso.
Parece que os mistérios envolvendo as contas do município de Resende e as manobras na tentativa de fazê-las fechar está assustando até os vereadores – ou ao menos é o que eles querem que pareça. Na sessão do dia 4, o vereador Joaquim Romério (PMDB) entrou com um requerimento na Câmara pedindo informações sobre o Resenprevi, a previdência dos servidores municipais. O vereador questiona os repasses do Poder Público ao órgão, como também se eles estão sendo feitos dentro dos prazos estipulados por lei. Já a vereadora Soraia Balieiro (PSB) pediu informações sobre os não-repasses dos agentes comunitários de saúde do município. A prefeitura admitiu que não repassou o dinheiro aos funcionários e agora a vereadora garante que quer saber onde o dinheiro foi aplicado. Os agentes com certeza também querem saber: onde foi parar o dinheiro?
A Federação das Associações de Moradores de Resende (Famar), através de um de seus diretores, Uelinton Nascimento Jorge, desmentiu que a entidade tenha perdido a sede devido a desvios internos, como vinha sendo divulgado por outro integrante da instituição. Segundo Jorge, havia vários colaboradores que ajudavam financeiramente a Famar, inclusive pagando suas contas, mas estes colaboradores deixaram a instituição e ela não teve mais como pagar os alugueis de sua sede, sendo despejada. Atualmente, a Famar está em outra sede, no bairro Campos Elíseos, onde já foi o gabinete de campanha do ex-prefeito Sílvio de Carvalho que, aliás, é o mais novo integrante da Famar.
Fontes afirmam que a Polícia Federal continua investigando, na região, compras de imóveis no exterior via offshore, ou seja empresas, contratadas por empresários e políticos, que atuam no exterior e paraísos fiscais desviando dinheiro do país.
