No dia de hoje – 11 de janeiro

Nascia em Salvador, Bahia, no dia 11 de janeiro de 1946, Stuart Angel Jones. Filho do norte-americano Norman Jones e da estilista Zuzu Angel. Com a mudança da família para o Rio de Janeiro, Stuart foi bicampeão de remo pelo Flamengo. Stuart era um jovem que, além do esporte, estudava Economia e participava dos movimentos estudantis.

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Aos 25 anos, em 1970, Staurt que ingressou no MR8 para lutar contra a ditadura no Brasil, foi preso pelo Centro de Informações da Aeronáutica, sob o pretexto de ser interrogado para que descobrissem o paradeiros de líderes da organização, considerada inimiga do governo militar. Stuart nunca mais foi visto e sua família até hoje não sabe oficialmente o que aconteceu.

Como muitos outros militantes, Stuart foi mais um desaparecido depois de ser torturado e morto na ditadura. Sua mulher, Sonia Morais Jones, também presa algum tempo depois também desapareceu. A mãe de Stuart foi incansável na busca do filho preso e depois cobrava as autoridades o direito de ter o corpo do filho. Mobilizou muitas pessoas, inclusive autoridades americanas, mas sem sucesso.

As únicas notícias que a família obteve sobre o que aconteceu com Stuart vieram de outros presos políticos que acompanharam as torturas e morte do estudante. Acredita-se que depois de ser acusado de participar de assaltos e sequestro e ser brutalmente torturado durante interrogatório foi amarrado na traseira de um jipe com a boca no cano de descarga e o carro ficou dando voltas no pátio até morrer. O corpo de Stuart nunca foi devolvido à família.

A mãe de Stuart foi incansável, percorria quartéis, governos e procurava todos que, acreditava, pudessem dar alguma informação sobre o corpo do filho, quando foi declarado oficialmente como “desaparecido”. Fez uma campanha no mundo da moda: suas coleções traziam roupas estampadas com manchas vermelhas, pássaros engaiolados e armas. O anjo, ferido e amordaçado em suas estampas, tornou-se símbolo do filho. Zuzu Angel realizou um desfile-protesto em Nova York para dar conhecimento ao mundo da sua dor.

Zuzu morre, em 1976, num suspeito acidente de automóvel no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro. O local de sua morte recebeu seu nome anos mais tarde. Em 1998, sua morte também foi reconhecida como fruto da ditadura militar. Em 2015, em frente a Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde Stuart estudou, um busto foi inaugurado em sua homenagem.

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