Caros,
(…) sabemos que é comum aos jornalistas superlativar títulos para chamada de matérias, foi assim em 1992 quando ainda nem havia sido assinado o contrato da Volks Caminhões, a VEJARIO anunciou o “novo eldorado” no Sul Fluminense. A cidade se encheu de repórteres de todo País a procura de saber como uma cidade de interior e praticamente agropastoril conseguira ganhar de outras bem mais estruturadas. Na época, Porto Real estava se emancipando e houve uma rusga para saber se a fábrica ficaria dentro dos domínios de Resende ou de Porto Real ( por incrível que pareça a fábrica ficaria dividida entre os dois municípios, parte em Resende e parte em Porto Real). Mas, graças a um acordo entre políticos resendenses, comissão de emancipação de Porto Real, o então deputado estadual Eduardo Meohas e Governo do Estado do Rio de Janeiro chegou-se a um acordo.
Aconteceu o que todos esperavam, com a vinda da Volks, vieram a Peugeot, Guardian, empresas prestadoras de serviço, etc. A cidade expandiu, criou oportunidades para nossos filhos que na maioria das vezes tinham que fazer faculdade no Rio ou São Paulo para sua formação. Hoje, Resende, Porto Real, Itatiaia, Quatis, experimentam grande desenvolvimento e é hora de aproveitar e trazer o máximo de oportunidades possíveis para a região das Agulhas Negras, pois temos filhos e queremos oportunidades aqui perto de casa.
Quanto a sua preocupação com o futuro, até compartilho, pois com a atual política econômica do Governo Federal em que o País perde o bonde da história de se firmar como uma potencia industrial, coloca em dúvida o futuro do País. Surfamos na onda chinesa nos “anos Lula”, começamos a ratear nos “anos Dilma” e na ânsia de se perpetuarem no poder vemos que medidas importantes que deixaram de ser implementadas na época certa, agora começam a fazer falta. Hoje o governo tenta fazer as mudanças de afogadilho com vistas a eleições 2014, mas isso tudo leva tempo, deixaram a coisa correr frouxa e agora querem que por passe de mágica as estradas se consertem, os portos funcionem e a inflação se dome. O exemplo disso é a Copa do Mundo, ganhamos o direito de realizar, mas esqueceram de construir estádios adequados, aeroportos dignos, hotéis, restaurantes, telefonia, mobilidade urbana e tantas outras ações que hoje o País está em xeque sobre a capacidade de re alizar o mínimo de eventos. Se a gente não tivesse “levado um chute no traseiro” como disse o Sr. Valcke da FIFA, talvez os estádio ficassem prontos só depois de 2014, e olha que eles já desistiram de cobrar a infraestrutura para o evento.
Para finalizar, ainda temos um longo caminho a percorrer para nos considerarmos desenvolvidos, precisamos descobrir que com bravatas e “nunca antes neste país…” não é garantia de desenvolvimento. Talvez a PSDBização do PT seja o começo deste caminho.
Marton Azevedo
Funcionário da INB