QUEM PENSA? Só o essencial!

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.

‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer a pena e, para mim, basta o essencial!”

Faço as palavras de Mário de Andrade, às vésperas de eleição presidencial e muita besteira dita, também as minhas palavras. As redes sociais transformaram-se em octógonos, cuja única regra é atingir o adversário, só que o adversário é “amigo” ou era. E ainda que algumas manifestações arranquem uma risada aqui outra acolá, a grande maioria é patética. Ouvi essa semana até: “Deixa o Aécio roubar um pouquinho também”. “Vocês saber o que é o Fórum de São Paulo?” “Essa gente burra que vota no PT”.

Bem… não me considero burra, muito menos desinformada e mais, não considero ser politizado algo apenas para quem almeja cargos eletivos e realmente acredito que nossa participação não se resume ao voto, muito pelo contrário, o voto é uma pequena parte desta participação. Fácil num momento eleitoral repetir discursos eleitorais cujo objetivo é apenas desqualificar o opositor. Quero ver é participar todos os anos, todos os meses, todas as semanas de instrumentos de fiscalização, cobrança e construção de uma nova política.

Aprendi sendo filiada ao PT (Partido dos Trabalhadores)… sim, eu tenho lado, tenho opinião e não fico em cima do muro – sou de esquerda – que participação é fundamental, difundir os mecanismos desta participação essencial para quem entende que política é para todos e não para grupos ou manutenção de sistemas que impedem ou dificultam o acesso aos bens e serviços das camadas menos favorecidas.

Tem gente que não gosta de pobre… ok! Tem gente que não gosta das políticas de inclusão… ok! Tem gente que não gosta da universalização dos serviços básicos, apesar da determinação constitucional… ok! Tem gente que não gosta de gente… ok! Agora, na minha opinião, o que não pode é o eleitor se fazer de inocente útil. Depois falar que foi enganado. Não. Não foi. Somos todos responsáveis pelo que votamos e pelo que deixamos de acompanhar e cobrar.

Por entender que participar é o único caminho de minimizarmos as mazelas verificadas em todas as instâncias de poder que, votarei dia 26, em Dilma. O governo de Dilma fez e tem feito muito para que essa participação não seja apenas uma falácia ou mais um discurso eleitoral.

Tem gente que me pede razões para votar em Dilma e costumo responder: que muito diferente do que os discursos raivosos que temos lido ou ouvido sobre a presidenta Dilma e o PT temos como mostrar que o Brasil avançou em diversos aspectos. Os números estão aí, as conquistas reconhecidas internacionalmente e acima de tudo, temos experimentado nos últimos 12 anos um exercício de cidadania e participação como nunca antes na história desse país se praticou. Não são apenas as conquistas de acessos aos cursos superiores ou capacitações profissionais dentro e fora do país; não são apenas os resultados sociais que tiraram da miséria milhões de brasileiros (dado incontestável e ODIADO por alguns); não são apenas os índices de desemprego que despencaram; não são apenas os instrumentos de aquecimento da economia interna em diversos segmentos – construção civil, logística, transporte, entre outros que o digam -; não são apenas as condições de renda que aumentaram o consumo da família brasileira nos últimos anos; não são apenas os mecanismos de controle social que foram aprovados e colocados em prática nos últimos governos; não são apenas as políticas de inclusão de minorias (outra coisa que muita gente ODEIA); não são apenas as investigações e exposições das mazelas da corrupção política que antes não chegavam ao público; não são apenas os registros de sobra de capacidade instalada nas fábricas aumentando o consumo de produtos importados; não são apenas os aeroportos cheios de NORDESTINOS, PEDREIROS, DOMÉSTICAS, PORTEIROS E TRABALHADORES que antes tinham apenas as novelas da Globo como entretenimento que rumam aos lazer e ao turismo; não são apenas… enfim… temos muito “não são apenas”, mas o que deve nos mover neste momento para que DILMA SEJA REELEITA é que depois do acesso à educação está na hora da qualidade e mais valorização aos profissionais desta área; é que depois de sair do mapa da fome está na hora de criar mais condições e suporte profissional com capacitação e excelência; é que depois de oportunizar que estudantes brasileiros estudem fora do país está na hora de investir mais em Ciência e Tecnologia por aqui mesmo; é que depois de garantir o emprego de milhões de brasileiros está na hora de uma política salarial mais digna; é que depois de aquecer tantos segmentos econômicos é chegada a hora de ampliar a distribuição de renda; é que depois de proporcionar o consumo de bens, está na hora de fazer valer os instrumentos de sustentabilidade e consumo consciente; é que depois de termos acesso às informações e dados públicos está na hora de criar mecanismos inclusive dentro da lei que ampliem à participação popular; é que depois das políticas de inclusão, está na hora de garantir os direitos e difundir o respeito a esses direitos; é que depois de colocar o dedo na ferida está na hora de uma reforma política comprometida com o cidadão brasileiro; é que depois de incentivar a produção e instalação no país é preciso estabelecer política tributária justa e que incentive além da competitividade, que viabilize o desenvolvimento dos diversos setores da economia; é que depois de possibilitar o acesso a bens e serviços, está na hora de mostrar como agregar essa oportunidade ao crescimento social de cada brasileiro; enfim… está na hora de muita coisa. Ta na hora de mostrar que mudar mais é mudar para melhor.

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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