Heróis contra o racismo!

Quantos super-heróis negros você conhece? Jovana Purcena Santiago, de 16 anos, aluna da 1ª série do ensino médio, é fã do Pantera Negra e se espelha na força do personagem para conquistar seu sonho de ser pedagoga.

Ao lado de outros estudantes, participou recentemente da palestra “Negritude, Poderes e Heroísmo – Estudos sobre Representações e Imaginários nas Histórias em Quadrinhos”, no Colégio Estadual Júlia Kubitschek, Centro do Rio.

— Uma vez, em um shopping, me perguntaram se estava perdida, pois não acreditavam que eu poderia estar lá ao lado da minha tia, que é branca. Acho que usar as histórias em quadrinhos para falar do racismo é muita boa, diferente – diz a jovem.

A ideia, com as palestras, é fazer uma reflexão e analisar como a ausência de personagens negros e negras impulsionam o racismo na sociedade. Por isso, professores da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc-RJ) vêm debatendo com alunos as aventuras do Pantera Negra, Mille Morales, Tempestade, Falcão, Black Lightning entre outros.

Estes personagens desfilam pelas páginas do livro “Negritude, Poderes e Heroísmo – Estudos sobre Representações e Imaginários nas Histórias em Quadrinhos” e embalam as discussões sobre diversidade e inclusão social nas salas de aulas.

— Esta obra é mais um recurso para quem quer se aprofundar em temas que envolvem a construção de uma educação antirracista. A partir da análise dos super-heróis negros, podemos desenvolver um olhar crítico sobre a sociedade. O Pantera Negra, por exemplo, criado no continente africano, precisou estudar na Europa para ter seu conhecimento validado – explica Fernanda Pereira, professora há 15 anos na rede estadual de ensino.

Por outro lado, muitas secretarias de Educação no estado do Rio de Janeiro ainda não colocaram em prática a lei que completou 20 anos em janeiro e acabam perdendo um importante instrumento de combate ao racismo. A lei que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas de todo o Brasil completou 20 anos, mas ainda está longe de ser realidade.

Educadores e historiadores acreditam que o tema é pouco ou nada debatido em sala de aula e que é uma forma de combater o racismo, valorizar a diversidade e reconhecer a contribuição e o papel fundamentais do povo negro.

Foto: Seeduc

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