No Dia de Hoje – 13 de novembro

Vulcão Nevado del Ruiz estava há quase 70 anos adormecido antes da tragédia (Fotos: Reprodução/Internet)

No dia 13 de novembro de 1985, começou a tragédia de Armero, após a erupção do estratovulcão Nevado del Ruiz em Tolima, na Colômbia. Após 69 anos de dormência, a erupção pegou as cidades próximas sem aviso, embora o governo tenha recebido alertas. À medida que fluxos piroclásticos irromperam da cratera do vulcão, eles derreteram as geleiras da montanha, enviando quatro lahars enormes (fluxos de lama, deslizamentos de terra e fluxos de detritos induzidos vulcanicamente) por suas encostas a 50 km/h.

Os lahars ganharam velocidade e engolfaram a cidade de Armero, matando mais de 20 mil de seus quase 29 mil habitantes. Vítimas em outras cidades, particularmente em Chinchiná, elevaram o número total de mortos para 23 mil. Imagens e fotografias de Omayra Sánchez, uma jovem vítima da tragédia, foram publicadas em todo o mundo. Outras fotos dos lahars e do impacto do desastre chamaram a atenção em todo o mundo e geraram polêmica sobre o grau de responsabilidade do governo colombiano pelo desastre. Uma faixa em um funeral em massa em Ibagué dizia: “O vulcão não matou 22 mil pessoas. O governo os matou.”

Os esforços de socorro foram prejudicados pela composição da lama, que tornava quase impossível mover-se sem ficar preso. Quando os trabalhadores humanitários chegaram a Armero, 12 horas após a erupção, muitas das vítimas com ferimentos graves estavam mortas. Os trabalhadores humanitários ficaram horrorizados com a paisagem de árvores caídas, corpos humanos desfigurados e pilhas de destroços de casas inteiras. Este foi o segundo desastre vulcânico mais mortal do século XX, superado apenas pela erupção do Monte Pelée em 1902 e é o quarto evento vulcânico mais mortal registrado desde o ano 1500.

O evento foi uma catástrofe previsível exacerbada pelo desconhecimento da população da história destrutiva do vulcão; geólogos e outros especialistas alertaram as autoridades e meios de comunicação sobre o perigo nas semanas e dias que antecederam a erupção. Mapas de perigo para a vizinhança foram preparados, mas mal distribuídos. No dia da erupção, várias tentativas de evacuação foram feitas, mas uma forte tempestade restringiu as comunicações.

Cidade de Armero foi totalmente destruída e mais da metade de sua população dizimada

Muitas vítimas permaneceram em suas casas conforme as instruções, acreditando que a erupção havia terminado. O barulho da tempestade pode ter impedido muitos de ouvir os sons da erupção até que fosse tarde demais.

O Nevado del Ruiz entrou em erupção várias vezes desde o desastre e continua a ameaçar até 500 mil pessoas que vivem ao longo dos vales dos rios Combeima, Chinchiná, Coello-Toche e Guali. Um lahar (ou grupo de lahars) semelhante em tamanho ao evento de 1985 pode viajar até 100 km do vulcão e pode ser desencadeado por uma pequena erupção. Para conter essa ameaça, o governo colombiano criou um escritório especializado que promove a conscientização sobre ameaças naturais.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos também criou o Programa de Assistência a Desastres Vulcânicos e a Equipe de Assistência à Crise Vulcânica, que evacuou cerca de 75 mil pessoas da área ao redor do Monte Pinatubo antes de sua erupção em 1991. Em 1988, três anos após a erupção, Stanley Williams, da Universidade do Estado da Louisiana afirmou que, “com a possível exceção do Monte Santa Helena, no estado de Washington, nenhum outro vulcão no hemisfério ocidental está sendo observado de forma tão elaborada” como o Nevado del Ruiz.

Muitas das cidades da Colômbia têm campanhas para aumentar a conscientização sobre programas de planejamento de desastres naturais que ajudaram a salvar vidas. Perto do Nevado del Ruiz em particular, os moradores começaram a desconfiar da atividade vulcânica: quando o vulcão entrou em erupção em 1989, mais de 2,3 mil pessoas que moravam ao redor foram evacuadas.

Armero está localizada a 48 km do vulcão e 169 km de Bogotá. Uma proeminente cidade agrícola antes da erupção, era responsável por cerca de um quinto da produção de arroz da Colômbia e por uma grande parte das safras de algodão, sorghum e café. Muito desse sucesso pode ser atribuído ao Nevado del Ruiz, já que o solo vulcânico fértil estimula a produção agrícola.

Construída em cima de um leque aluvial que hospedou lahars históricos, a cidade foi anteriormente destruída por uma erupção vulcânica em 1595 e por fluxos de lama em 1845. Na erupção de 1595, três erupções plinianas produziram lahars que ceifaram a vida de 636 pessoas. Durante o evento de 1845, mil pessoas foram mortas por fluxos de lama gerados pelo terremoto perto do rio Magdalena.

O Nevado del Ruiz é um vulcão nevado (em seu cume possui neve eterna apesar de estar ativo), situado na cordilheira Central, na Colômbia, nas áreas de Caldas e Tolima. Atinge os 5 321 metros de altitude no cume. É o mais setentrional e maior desta cadeia vulcânica.

É um estratovulcão composto por várias camadas de lava que se alternam com cinza vulcânica endurecida e outros piroclastos, originado no período terciário, atualmente ativo, com fumarolas e emissões de cinzas. Sua atividade remonta a dois milhões de anos, desde o Pleistoceno superior ou o Plioceno tardio.

Fonte: Wikipédia

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