No Dia de Hoje – 19 de fevereiro

No dia 19 de fevereiro de 2020, morreu o cineasta, roteirista e ator José Mojica Marins, mais conhecido como Zé do Caixão, seu personagem mais famoso. É considerado o “pai” do terror nacional, tendo sua obra grande importância para o gênero, influenciando várias gerações.

Embora Mojica tenha sido conhecido principalmente como diretor de cinema de terror, teve trabalhos anteriores cujos gêneros variavam entre faroestes, dramas, aventura, dentre outros, incluindo filmes do gênero pornochanchada, no Brasil, durante aquela época. Mojica desenvolveu um estilo próprio de filmar que, inicialmente desprezado pela crítica nacional, passou a ser reverenciado após seus filmes começarem a ser considerados cult no circuito internacional. Mojica é considerado como um dos inspiradores do movimento marginal no Brasil.

Em todos seus filmes, com exceção de Encarnação do Demônio, José Mojica Marins sempre foi dublado. Na década de 1960, diversos filmes nacionais necessitavam ser dublados, por diversas razões: nitidez de som nas externas e até realçar uma melhor interpretação. Algumas vezes o próprio ator dublava o seu personagem, mas em outras ocasiões necessitava de um profissional qualificado para um melhor desempenho.

Nascido em uma fazenda pertencente à fábrica de cigarros Caruso, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, era filho de Antônio André Marin e Carmen Mogica Imperial, ambos filhos de imigrantes espanhóis.

Ainda criança, passava horas lendo gibis, assistindo a filmes na sala de projeção do Cinema em que seu pai trabalhava, brincava de teatro de bonecos e montava peças com fantasias feitas de papelão e tecido. Quando tinha três anos, a família de Mojica veio a se mudar para os fundos de um cinema na Vila Anastácio. O pai de Mojica passou a ser gerente do cinema.

Depois que ganhou uma Câmera V-8, aos doze anos, não mais parou de fazer cinema, essa era a sua vida. Muitos de seus filmes artesanais feitos nessa época eram exibidos em cidades pequenas, cobrindo assim os custos de produção. Autodidata, montou uma escola de interpretação para amigos e vizinhos e quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, fundou com ajuda de amigos, a Companhia Cinematográfica Atlas.

Especializado em terror escatológico, criou uma escola de atores (1956), onde na década seguinte, montaria uma sinagoga (1964), no bairro do Brás, onde fazia experiências com atores amadores, usando insetos para medir sua coragem.

Mojica Marins criou uma personagem popular sem se basear em nenhum mito do horror conhecido mundialmente. “Zé do Caixão”, sua personagem mais conhecida, foi criado por ele em 11 de outubro de 1963, após ser atormentado por um pesadelo no qual um vulto o arrastava até seu próprio túmulo.

Segundo o próprio José Mojica Marins, o nome Zé do Caixão veio de uma lenda de um ser que viveu há milhões de anos no planeta terra que se transformou em luz e depois de anos esta luz voltou a terra. A primeira aparição da personagem foi no filme À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964). Desde então, ele apareceu em diversos filmes, ganhou popularidade e tem sido retratado em diversas outras mídias.

Seus filmes foram censurados pela ditadura militar brasileira, considerando os filmes amorais e subversivos. Mojica teve seus títulos lançados na Europa e nos Estados Unidos, onde participou de mostras, festivais e recebeu prêmios. No Brasil, Mojica não conseguiu o mesmo sucesso e reconhecimento. Existem poucos títulos de seus filmes disponíveis no mercado, o que tornou sua obra pouco conhecida. Sua participação na mídia se dá quase sempre de maneira cômica, fato que teve que abraçar por necessidades financeiras.

Mojica morreu em São Paulo aos 83 anos, vítima de uma broncopneumonia. Sua morte foi confirmada pela filha, a atriz Liz Marins. O cineasta estava internado desde o dia 25 de janeiro de 2020 para tratar de problemas pulmonares.

Foto: Divulgação

Fonte: Wikipédia

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