

No dia 3 de junho de 2016, morreu o ex-pugilista Muhammad Ali-Haj. Considerado um dos melhores da história do esporte, eleito “O Desportista do Século” pela revista estadunidense Sports Illustrated em 1999, Cassius Marcellus Clay Jr. nasceu em 17 de janeiro de 1942 em Louisville, nos Estados Unidos. Seu pai, Cassius Marcellus Clay, que fora nomeado em homenagem ao político abolicionista homônimo e era pintor de outdoors. Sua mãe, Odessa O’Grady Clay, era empregada doméstica. Ele era descendente de escravos afro-americanos do sul estadunidense e também de irlandeses e ingleses.
Clay teve seu primeiro contato com o boxe por intermédio do chefe de polícia e técnico de boxe Joe E. Martin, em Louisville, que o encontrou com 12 anos batendo em um ladrão que estava roubando sua bicicleta. Ele disse ao oficial que ele estava fazendo “whup” no ladrão. O oficial lhe disse para aprender boxe. Nos seus últimos quatro anos de carreira amadora, Clay tinha treinado com Chuck Bodak.
Clay ganhou seis títulos Golden Gloves de Kentucky, dois títulos Golden Gloves nacionais e o título nacional do Amateur Athletic Union, e a medalha de ouro do Meio-Pesado nas Olimpíadas de Verão de 1960, em Roma. Conquistou o título mundial de campeão dos pesos pesados, ao derrotar Sonny Liston em 1964. Perdeu o título mundial em 1967 e foi proibido de atuar por três anos e meio por ter se recusado a lutar no Vietnã. Recuperou o posto ao ser reabilitado, mas logo perdeu para Joe Frazier. Ganhou de novo o título em 1974 ao vencer George Foreman em luta realizada no Zaire, atual República Democrática do Congo, perdeu-o em 1978 para Leon Spinks e em seguida retomou-o de Spinks. Retirou-se do boxe quando ainda era campeão.
No entanto, esta aposentadoria foi de curta duração; Ali anunciou seu retorno para enfrentar o novo campeão mundial Larry Holmes na disputa pelo cinturão em uma tentativa de ganhar o campeonato de pesos pesados uma quarta vez sem precedentes. A luta foi motivada pela necessidade de dinheiro de Ali, que recebeu 8 milhões de dólares, o maior cachê da História do esporte até então. A luta ocorreu em 2 de outubro de 1980, com Holmes facilmente dominando Ali, que estava enfraquecido pela medicação para a tireoide que ele tinha tomado para perder peso.
Giachetti chamou a luta de “Terrível … o pior evento esportivo que já tive que cobrir.” O ator Sylvester Stallone, que estava assistindo a luta na primeira fila ao lado do ringue, disse que “Foi como assistir a autópsia de um homem que ainda estava vivo.” O treinador de Ali, Angelo Dundee, finalmente parou a luta no intervalo após o 11° assalto, a única luta que Ali perdeu por nocaute. O nocaute técnico marcou o fim do prestígio de Ali.
Apesar das súplicas para se aposentar definitivamente, Ali lutou uma última vez em 11 de dezembro de 1981, em Nassau, Bahamas, contra Trevor Berbick, perdendo por pontos numa decisão de 10 assaltos.
Fora do esporte, converteu-se ao Islamismo (mudando de nome para Muhammad Ali-Haj) e lutou contra o racismo. Ali dizia que a primeira vez em que ouviu falar da Nation of Islam foi quando estava competindo pelas Golden Gloves em Chicago, em 1959. Foi à sua primeira reunião na Nation of Islam em 1961. Continuou a frequentar as reuniões, mas manteve esse envolvimento fora do conhecimento do público. Em 1962, encontrou-se com Malcolm X, que viria a se tornar seu mentor espiritual e político.
Na época de sua primeira luta com Liston, membros da Nation of Islam, incluindo Malcolm X, eram vistos em seu entourage. Isso levou a uma reportagem do Miami Herald, publicada pouco antes da luta, revelando que ele havia aderido à Nation of Islam, o que quase levou a luta a ser cancelada.
Muhammad Ali pode ser considerado o primeiro esportista a aliar esporte e política. Exemplo disso foi seu desempenho antes da luta com George Foreman no Zaire. Ali utilizou todo seu conhecimento do pan-africanismo para se colocar como o lutador da África, enquanto Foreman ficou como símbolo da alienação negra estadunidense, episódio este retratado no filme “Quando Éramos Reis”, de 1974.
Muhammad Ali morreu nos Estados Unidos, aos 74 anos, no dia 3 de junho de 2016, vítima de uma doença degenerativa. Estava internado com graves problemas respiratórios em um hospital de Phoenix, cidade onde vivia, quando sua morte foi declarada. A família divulgou nota à imprensa que dizia que “depois de uma batalha de 32 anos contra o mal de Parkinson, Muhammad Ali se foi aos 74 anos”. Em 4 de junho de 2016, um porta-voz da família informou, em entrevista coletiva, que Muhammad Ali morreu por conta de um choque séptico devido a causas naturais não especificadas.
Fonte: Wikipédia


