No Dia de Hoje – 10 de maio

Adolpho Bloch, fundador da TV Manchete (Foto: Reprodução)

Em 10 de maio de 1999 foi oficialmente extinta a Rede Manchete (também conhecida como TV Manchete ou apenas Manchete), que foi uma rede de televisão comercial brasileira fundada na cidade do Rio de Janeiro pelo jornalista e empresário ucraniano naturalizado brasileiro Adolpho Bloch. A emissora fazia parte do Grupo Bloch, conglomerado de comunicação que publicava a revista Manchete através da Bloch Editores, sendo que o nome dado para a emissora de televisão refere-se a esta revista. A emissora entrou no ar em 5 de junho de 1983.

Com equipamento sofisticado e inicialmente buscando um público de classe alta,  a Manchete ficou conhecida pela sua programação baseada no forte jornalismo, na cobertura do esporte nacional e internacional, apresentando grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo e os jogos olímpicos, além de coberturas especiais como a do carnaval, que virou a sua marca registrada.

Na teledramaturgia, a Manchete fez história por ter exibido a primeira novela fora da Rede Globo a liderar a audiência do horário nobre desde a década de 1970, feito que foi concretizado com a exibição da novela “Pantanal”, de Benedito Ruy Barbosa, em 1990. Além de programação própria, a rede é lembrada pelo público por ter transmitido produções como tokusatsus e animes, abrindo as portas para estes gêneros na televisão brasileira.

Por outro lado, os caros investimentos levaram-na a sucessivas crises. Em 1985, com dois anos de existência, os prejuízos da Rede Manchete eram evidentes. Em 1988, Bloch quis vender a emissora e pediu 200 milhões de dólares. Na década de 1990, o então deputado Paulo Octávio, em sociedade com o empresário João Carlos Di Genio, fez uma proposta de compra pelo mesmo valor, mas nada se concretizou.

Em junho de 1992, a IBF assumiu 49% das ações da Manchete, mas em abril de 1993 teve a sua gestão cassada pela justiça. Adolpho Bloch recebeu de volta o encargo de uma rede nacional, com os salários dos funcionários atrasados em seis meses e uma greve recém estourada. Pedindo um tempo aos empregados, ele conseguiu, em quatro meses, normalizar o pagamento da folha. Porém, o esforço de caixa continuou repercutindo na programação.

Pedro Jack Kapeller se tornaria presidente da Rede Manchete em 1995, após a morte de seu tio, Adolpho Bloch. A emissora passou a declinar lentamente até o fim da década, com o desgaste da sua programação e a debandada das suas afiliadas para as concorrentes. A crise se aprofundou após a Copa do Mundo de 1998, quando seu faturamento caiu 40%. Em setembro de 1998, demitiu 540 funcionários e novamente a folha estava atrasada.

A atriz Cristiana Oliveira como Juma Marruá em “Pantanal”, exibida em 1990 (Foto: Divulgação/Rede Manchete)

Em outubro, cortou a produção de quase todos os seus programas jornalísticos, abortando, inclusive, a novela “Brida”, e ao mesmo tempo irrompeu uma segunda grande greve que suspendeu atrações como o Mulher de Hoje e o Jornal da Manchete. Em janeiro de 1999, a emissora foi arrendada para a Igreja Renascer em Cristo, porém em fevereiro do mesmo ano, o Grupo Bloch rompeu com a igreja, alegando o descumprimento de cláusulas contratuais.

Em maio, faltando poucos dias para o vencimento de suas concessões e a extinção eminente, o grupo TeleTV, de propriedade de Amilcare Dallevo e Marcelo de Carvalho, adquiriu depois de muitas negociações, somente as concessões da Rede Manchete, e não a emissora. O negócio foi analisado e aprovado pelo governo. Pedro Jack Kapeller recebeu 4,5 milhões de dólares pela venda das concessões, que logo em seguida foram renovadas pelo governo. Em 10 de maio, a Rede Manchete era extinta, e sua programação passa depois de alguns dias a levar a identificação provisória de TV!, até a inauguração de sua sucessora, a RedeTV!, em 15 de novembro do mesmo ano.

Poucos dias depois da venda, o Grupo Bloch afirma aos jornais que a massa falida da emissora (infraestrutura, acervo, fitas, equipamentos, sedes, contratos) foram vendidos ao Grupo Hesed Participações, de Fábio Saboya. Em contrapartida, o mesmo obtém uma liminar obrigando a RedeTV! a arcar com as dívidas da Manchete, mesmo tendo adquirido apenas as suas concessões. Em 2009, o Superior Tribunal de Justiça declarou que a RedeTV! apenas comprou as concessões da Manchete, e não a emissora em si, livrando a rede do pagamento das dívidas.

Fonte: Wikipédia

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