QUEM PENSA?

Os banheiros milionários sem acesso para cadeirantes!

Os banheiros públicos de Resende, construídos na Praça da Concórdia, junto ao Mercado Popular – tem gente que ainda não localiza: são aquelas duas protuberâncias de caquinhos azuis que dão frente para a avenida Gustavo Jardim – apelidados de “banheiros milionários” já que o custo da obra foi superior a meio milhão de reais. Além dos banheiros, o local teve parte do piso trocado e uma nova cobertura de ponto de ônibus, o lugar que teve ensaio de inauguração, quando do lançamento do monumento à Bíblia que fica próximo, na verdade, ficou quase um ano fechado depois da obra terminada e abriu sem fogos ou mesmo anúncio do governo municipal.

O silêncio chamou mais a atenção do que o barulho dos aplausos que eram tão comuns antes da eleição a cada inauguração de obra na cidade. Os banheiros ficaram fechados muito tempo depois do término da obra, e, segundo os autônomos que trabalham no local, a Prefeitura sempre alegava que estava sem dinheiro para contratar pessoal de manutenção do lugar. Deve ser por isso o silêncio, afinal uma obra tão cara como foi, ter agora confirmada a falta de dinheiro para sua abertura poderia despertar atenção até dos mais distraídos.

Uma vez abertos, a curiosidade na mesma proporção da necessidade já levou muita gente a visitar o feito e algumas constatações saltam os olhos: a caixa d’água da descarga do tipo engate, aquela com cordinha, bem anti-higiênica, porque de mão em mão, já viu né? O acabamento é uma vergonha: pintura mal feita, escorrendo pelas paredes e pelos azulejos, portas nem verniz têm, rejunte dos azulejos, coisa de serviço de quinta categoria. E o pior: sem acesso para cadeirantes.

O governo que si intitula tão moderno, contemporâneo constrói dois banheiros públicos ao custo de meio milhão sem condições de uso para portadores de deficiência? É de cair a máscara. E olha que foi uma obra que chamou muito atenção por ser construída em ano eleitoral e ter um custo elevado, mas nem a lei municipal 2819/11 e muito menos o artigo 225 da Lei Orgânica do município foram levados em consideração. Mais uma vez, a Prefeitura de Resende ignora a lei, não fiscaliza uma obra e gasta o dinheiro do povo sem a menor cerimônia.

Reeleição não é dominação, mas parece que o prefeito José Rechuan, definitivamente foi mordido pela mosca azul do poder e continua tendo atitudes, que demonstram, na minha opinião, um desafio às leis e à ética da adminustração púbçlica. Se seu “padrinho” e ex-prefeito Eduardo Meohas amarga até hoje com probelmas na Justiça, inclusive pagando multas mensais, Rechua pelo jeito, já desenha o mesmo quadro ou pior. Por que insistem no errado? Por que o abuso? Certeza de impunidade?

Ana Lúcia
Editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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