No Dia de Hoje – 4 de maio

Atletas e dirigentes posam para foto pouco antes de última partida disputada pelo Grande Torino, contra o Benfica, em Portugal (Foto: Bob Thomas/Popperfoto/Getty Images)

No dia 4 de maio de 1949, um acidente aéreo matou toda a delegação do Torino após uma aeronave Fiat G.212 se chocar contra a Basílica de Superga, em Turim, na Itália. O avião era um dos mais recentes projetos aeronáuticos da indústria italiana do Pós-Guerra. Criado como uma versão alongada do Fiat G.12, esse trimotor seria inicialmente desenvolvido para o transporte militar. Com a necessidade de reconstruir o setor de aviação civil do país, a Fiat adaptou o projeto e produziu a versão CP, com capacidade para 34 passageiros. A aeronave que transportava os atletas, comissão técnica, tripulantes e jornalistas foi construída em 1947 e era a quinta unidade construída, tendo recebido o prefixo I-ELCE.

Destruída pela Segunda Guerra Mundial, a Itália viu no futebol o grande refúgio para suas frustrações. Mais do que isso. Era este o grande motivo da alegria de milhares de pessoas que se viam à beira da devastação causada pela fome e a falta de perspectiva com o futuro.

É neste contexto que, comandado por Valentino Mazzolla, o Torino encantava o país. Diferentemente do futebol jogado na Itália, os touros tinham preferência pelo jogo ofensivo e por isso atraíram a atenção do público. Estratégia marcada por esse estilo de jogo era o chamado “os 15 minutos do (estádio) Filadélfia”, quando o time atacava o adversário por 15 minutos de maneira avassaladora. Com muita velocidade, a equipe imprimia um ritmo insano que encantava seus torcedores.

Tamanho domínio pode ser visto nas conquistas do Torino nesta época. O clube foi pentacampeão italiano, sendo quatro vezes seguidas (de 1945/46 a 1948/49), o último título dado pela Federação Italiana em homenagem aos falecidos no acidente. Em 1943, o clube se tornou o primeiro time a ganhar o campeonato e a copa em uma mesma temporada. Quem se aproveitou do sucesso da esquadra de Turim foi a seleção italiana. Em 1947, em uma partida contra a Hungria, dez dos 11 titulares da Azzurra eram do Torino.

A delegação do time de futebol retornava de Lisboa, em Portugal, onde havia acabado de realizar um amistoso que marcou a despedida do então capitão da seleção portuguesa Francisco Ferreira, que convenceu os dirigentes do Torino a marcarem o jogo para o dia 3 de maio daquele ano contra o clube de Ferreira, o Benfica, e o Torino, na época tetracampeão italiano. Inicialmente contrário à disputa de um amistoso durante a reta final do campeonato italiano, o presidente do Torino, Ferrucio Novo, resolveu confirmar o amistoso. A partida foi disputada e vencida pelo Benfica por 4 a 3 diante de um público de 40 mil pessoas.

No dia seguinte a equipe do Torino fez o caminho de volta para casa. A aeronave Fiat decolou às 9h52 do Aeroporto da Portela, em Lisboa, e fez escala para reabastecimento em Barcelona às 13h15, conforme o previsto. A decolagem do aeroporto de Barcelona ocorreu às 14h50. Ao aproximar-se do espaço aéreo italiano, a tripulação recebeu a informação sobre um denso nevoeiro no local da aterrisagem, com visibilidade horizontal abaixo de 40 m.

Forte nevoeiro dificultou visibilidade de piloto, e avião bateu contra basílica, matando todos a bordo (Foto: Reprodução/Internet)

Ainda que por volta das 16h59, o comandante Pierluigi Meroni avisasse para a torre de Turim sobre os procedimentos de aproximação visual para realização da aterrisagem, durante a manobra de aproximação, a aeronave acabou batendo em cheio contra o muro posterior da Basílica de Superga, matando instantaneamente todas as 31 pessoas a bordo.

A tragédia abalou profundamente a Itália. Cerca de 500 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre da toda a equipe, realizado no dia 6 de maio. O Torino era o melhor time da época, apelidado de Grande Torino, seria quatro vezes campeão de forma consecutiva e caminhava para o quinto título. Após a tragédia, o Torino decidiu colocar jogadores juvenis para concluir as quatro rodadas restantes do campeonato, no que foi seguida pelos principais times italianos. Ao final do campeonato, conseguiu sua quinta conquista consecutiva.

O acidente acabou com a base da seleção italiana, que disputaria a Copa de 1950 no Brasil, viajando de navio (por conta do temor de nova tragédia aérea). A Itália foi eliminada na primeira fase. Após a tragédia, o Torino entraria em decadência e só venceria o campeonato italiano em 1976.

Fontes: Wikipédia e Globo Esporte (GE)

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